Exportações podem atenuar crise no setor automotivo, diz Anfavea

  • Por Agência Brasil
  • 17/08/2015 15h51
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GRAVATAÍ, SC - 10.06.2015: MONTADORA-DEMISSÕES - Pátio da General Motors na cidade de Gravataí, no Rio Grande do Sul. Funcionários da montadora e das empresas sistemistas ficarão parados entre os dias 15 e 28 de junho. (Foto: Leonidas Cardoso/Raw Image/Folhapress) Folhapress Pátio da General Motors na cidade de Gravataí

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse nesta segunda-feira (17) que a retirada de descontos ou isenções do Imposto Sobre a Propriedade Industrial (IPI), não significa necessariamente a perpetuação de vendas fracas e de corte de pessoal na indústria automobilística. O Brasil, segundo ele, pode se contrapor a esse cenário negativo por meio da adoção de medidas estruturais e de estímulos às exportações.

O incentivo governamental ao aumento das vendas de automóveis e comerciais leves, por meio de corte do IPI, entrou em vigência em maio de 2012, mas foi revogado pelo governo no início de 2015 para evitar perda de receita tributária.

Durante palestra no Workshop Planejamento Automotivo 2016, que ocorre no World Trade Center, na zona sul da cidade de São Paulo, Moan disse que, apesar da redução nas vendas de veículos, observada nos últimos meses, a confiança do setor, no futuro do mercado, “não cessou em nenhum minuto”.

O sinal mais evidente dessa confiança, conforme observou, é que não houve cortes nos investimentos. “Em julho, tivemos a confirmação de R$ 7,8 bilhões de novos investimentos não só na modernização de fábricas como na criação de centros de engenharia automotiva”.

Embora acene com a retomada do crescimento apenas para o segundo trimestre do próximo ano, o executivo manifestou a expectativa de que ainda nesta semana saiam medidas de estímulos às exportações. Em encontro da cadeia com representantes de vários ministérios do governo brasileiro, as empresas tentam reduzir impostos e outros embaraços alfandegários em acordos bilaterais. Entre esses acordos está a negociação com a Colômbia.

Moan destacou que as vendas para este país estão em torno de 10 mil unidades, número que podeira ser bem maior porque a Colômbia tem o terceiro maior mercado na América do Sul, com uma demanda de 300 mil veículos por ano. Além disso, apontou, em todo o continente, este país tem o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB). Nas discussões interministeriais, segundo ele, estão ainda a renovação do acordo com o México e exportações para o Peru, Uruguai e países do continente africano.

O dirigente assegurou que as montadoras não estão deixando de lado os parceiros do Mercosul. Ele observou que há apenas um compasso de espera em relação à Argentina, que, igualmente, passa por dificuldades econômicas.

Moan mencionou as expectativas do setor automobilístico sobre as vendas no varejo. Ele disse que as experiências que tiveram êxito, em termos de negócios, vieram das vendas por meio de consórcios e de eventos como o Salão Auto-Caixa, em parceria com a Caixa Econômica Federal. O setor espera ainda que o governo federal crie novos estímulos por meio do Plano Safra Agrícola, permitindo mais facilidades no acesso dos agricultores aos financiamentos para a compra de caminhões, implementos e máquinas agrícolas.

Moan voltou a defender a aprovação do ajuste fiscal a curto prazo e o prosseguimento do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) como opções que surgem para contornar a crise. Acrescentou que os empregados de quatro empresas de autopeças já aderiram ao PPE, que prevê redução da jornada com redução de salário em troca da estabilização no emprego. Lembrou que, no último sábado, os metalúrgicos da Mercedes Benz, de São Bernardo do Campo, aprovaram a autorização para que o sindicato da categoria negocie a adesão ao programa.

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