Extração mineral para celulares causa 6 milhões de refugiados, diz instituto

  • Por Agencia EFE
  • 02/03/2015 13h49

Madri, 2 mar (EFE).- A extração de minerais para a fabricação de telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos é a causa de, pelo menos, seis milhões de refugiados na República Democrática do Congo nas últimas duas décadas, alertou nesta segunda-feira o Instituto Jane Goodall.

Em comunicado por causa do Congresso Mundial de Telefonia Móvel em Barcelona, o Instituto Jane Goodall denunciou que a grande demanda de minerais importantes para a tecnologia móvel causa conflitos humanitários e ambientais na República Democrática do Congo e reivindicou um maior controle de sua origem e um estímulo à reciclagem gratuita de celulares.

A instituição explica em comunicado que as explorações minerais na República Democrática do Congo para a fabricação de celulares estão em mãos de grupos militares que lutam pelo controle do território para seu financiamento, provocando graves danos à população e ao meio ambiente.

O Instituto Jane Goodall na Espanha lançou a campanha “Mobilize-se pela floresta”, destinada a conscientizar a sociedade sobre a reciclagem de celulares em desuso e também em contribuir para o financiamento de projetos educativos e de conservação na bacia do Congo.

A entidade explica que minerais como o coltan, o tungstênio e a cassiterita são componentes bastante utilizados na fabricação de celulares e aparelhos eletrônicos, muitos dos quais poderiam ser recuperados e reutilizados, mas há pouca conscientização sobre a reciclagem de celulares no mundo todo .

“Como consumidores, podemos fazer uma grande diferença com nossa escolha de compra e o aumento da vida útil de nossos telefones promovendo a reciclagem dos mesmos”, para assim evitar a “destruição de habitats em perigo de extinção como os dos chimpanzés e gorilas”, afirmou Jane Goodall.

Segundo o relatório “O mundo em 2014: Fatos e números das TIC”, elaborado pela União Internacional de Telecomunicações da ONU, é estimado que o número de linhas celulares ativas no mundo chege a 7 trilhões em 2015, o que significará uma grande demanda de recursos naturais. EFE

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