Facções iemenitas dialogam em Omã com delegações de EUA e Arábia Saudita

  • Por Agencia EFE
  • 31/05/2015 18h24

Cairo, 31 mai (EFE).- Diversas facções iemenitas, entre elas algumas representantes do movimento rebelde dos houthis, mantêm em Mascate, a capital de Omã, conversas com delegações dos Estados Unidos e da Arábia Saudita para tentar chegar a um acordo que ponha um fim ao conflito que assola o Iêmen.

Um alto responsável houthi informou à Agência Efe que as reuniões, acompanhadas pelas autoridades omanenses, “gozam de consenso regional e internacional e serão a base fundamental das negociações previstas para acontecer em Genebra sob a supervisão da Organização das Nações Unidas (ONU)”.

Segundo a imprensa iemenita, há mais de uma semana um avião omanense aterrissou na capital iemenita, Sana, para transportar a Omã à delegação dos houthis que participa da conversa. A chegada dos representantes houthis a Mascate coincidiu com a visita à capital do ministro de Relações Exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif, cujo país é um forte aliado dos houthis.

Em declarações a vários meios de comunicação de seu país, o porta-voz do governo do Iêmen, Rayeh Badi, disse que seu Executivo não participará das consultas que, segundo ele, não conseguirão a estabilidade.

Além disso, o porta-voz do ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, Ahmed al Sufi, disse à Efe por telefone que nenhum representante do partido do ex-mandatário participa das reuniões porque “não são importantes para o povo iemenita”. Segundo ele, são conversas nas quais “se debatem assuntos estratégicos que interessam aos Estados Unidos e ao Irã e não se fala dos bombardeios e do bloqueio ao povo”.

As negociações para tentar alcançar o fim do conflito, que começariam na quinta-feira passada em Genebra, foram adiadas. De acordo com um comunicado da ONU emitido na terça-feira, o diálogo foi postergado a uma data ainda não definida a partir de um pedido do governo do Iêmen e de outros “atores-chave” no conflito desse país, a fim de “ter mais tempo para preparar” as negociações.

Nas conversas, com a mediação da ONU, está previsto que participem representantes do Executivo iemenita, dos rebeldes houthis e de outros grupos do país. No entanto, os houthis afirmaram recentemente que só irão a Genebra caso os bombardeios realizados contra suas posições pela coalizão de países liderados pela Arábia Saudita sejam suspensos.

Desde que a ofensiva começou, no final de março, 1.068 civis morreram e outros 2.551 ficaram feridos, segundo a mais recente apuração do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que conta com dados fornecidos por hospitais e, portanto, não contabiliza as vítimas que não chegam a eles, informou que o total é de 1.976 mortos e 8.034 feridos. EFE

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