Falta de colaboração popular favorece aumento da incidência do ebola, diz OMS

  • Por Agencia EFE
  • 11/02/2015 17h49

Genebra, 11 fev (EFE).- A incidência do vírus ebola no oeste da África aumentou pela segunda semana consecutiva, chegando a 114 novos casos, em parte pela falta de colaboração popular, o que indica que ainda falta muito para controlar a doença.

A análise foi feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que avalia que as infraestruturas, os funcionários de saúde e os sistemas utilizados para combater o ebola não são suficientes para frear o contágio.

Dos 114 novos casos confirmados até o dia 8 de fevereiro, 65 ocorreram em Guiné, que registrou um aumento considerável em relação aos 39 contabilizados na semana anterior. Em Serra Leoa, outras 76 pessoas foram infectadas pelo vírus.

A OMS só mostrou otimismo com a situação da Libéria, que só registrou três casos e todos provenientes de uma única fonte de transmissão.

“Apesar das melhoras na localização e no atendimento, nas práticas funerárias e no compromisso da comunidade, a queda da incidência parou”, revela a OMS, que reiterou que muitos focos ainda persistem em locais onde a população rejeita a existência do vírus e não adota os protocolos para evitar o contágio.

O documento destaca que a falta de colaboração popular na capital de Guiné e na Prefeitura de Forécariah estão na origem do aumento dos casos nas duas localidades.

Pelo menos um terço das Prefeituras afetadas pelo ebola registrou algum incidente de segurança na semana encerrada no último domingo.

A OMS lembra que, para poder fazer um acompanhamento estrito dos contágios e das fontes de transmissão da doença, é essencial a parceria da população.

De fato, só 16% dos casos registrados no período surgiram de focos conhecidos.

“O aumento do número de contágios na Guiné e Serra Leoa indica que ainda são muitos os desafios a serem superados para se chegar a zero casos”, alertou a organização sanitária das Nações Unidas.

Além disso, a OMS afirmou que está estreitando a parceira com Costa do Marfim, Mali e Senegal para que a fiscalização nas fronteiras desses países seja reforçada.

A taxa de mortalidade entre os pacientes hospitalizados se mantém entre 53% e 60%. Desde o início da epidemia, em dezembro de 2013, foram contabilizados 22.984 casos de ebola, com 9.177 mortes. EFE

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