Falta de demanda faz imóveis comerciais encalharem na capital paulista

  • Por Renata Perobelli/Jovem Pan
  • 16/10/2014 15h43
Marcos Santos/ USP Imagens Prédios

Crise econômica provoca encalhe de imóveis comerciais e preocupa quem investiu nesse negócio na região metropolitana de São Paulo.

A Jovem Pan conversou com especialistas da área que sublinharam a questão. Diretora de Geonegócios do Ibope explicou a discrepância entre oferta e demanda; já o coordenador do índice Fipe/Zap trouxe à tona a questão do intervalo tempo entre a fase otimista da economia (de anos atrás) e a construção de novos conjuntos comerciais; dois outros especialistas no setor também fizeram sua análise.

A diretora de Geonegócios do Ibope, Marcia Sola, calcula que serão necessários muitos anos para o reequilíbrio entre a oferta e a demanda.

“A gente tem mais salas comerciais sendo construídas do que eventualmente uma demanda”, avaliou, explicando que o investidor terá dificuldades.

O valor do aluguel e o preço de venda já estão em franco declínio modelando a tendência dos próximos anos.

Especialista há 40 anos no mercado imobiliário, Alice Alves explica que até a Internet atrapalha o imóvel para comércio.

“Os conjuntos comerciais em prédio também estão tendo um abalo porque foram construídos mais do que São Paulo comporta”, ratifica Alice.

Há uma vacância nunca vista com valores em queda nos corredores da Berrini, Faria Lima, Pinheiros e Alphaville.

Para Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice Fipe/Zap, houve descasamento entre o ciclo construtivo e o ciclo da economia.

“Agora você está vendo o reflexo daquela decisão tomada em 2010, 2011, quando você tinha um otimismo grande” em relação à demanda, explica Eduardo.

É fato que faltam empresas e profissionais liberais para movimentar as torres comerciais na Grande São Paulo.

Consultor em direito imobiliário da Jovem Pan, Márcio Bueno, fala à repórter Renata Perobelli sobre as perspectivas do setor.

“Qualquer governo que venha depois dessas eleições terá que fazer ajustes na economia (…) e isso vai retrair o interesse por ampliação de espaços comerciais, de profissionais liberais”, afirmou Bueno.

Com a estagnação econômica e do mercado imobiliário, houve um arrefecimento geral nas novas obras.

De acordo com os especialistas ouvidos na matéria, a hora é boa para comprar ou alugar uma sala comercial por conta dos preços em baixa.

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