Família de ex-líder chileno Frei pede reabertura da investigação de sua morte
Santiago do Chile, 22 ago (EFE).- A família do ex-presidente do Chile Eduardo Frei Montalva, supostamente assassinado por agentes da ditadura de Augusto Pinochet, solicitou neste sábado a reabertura da investigação de sua morte.
“Nós pedimos -e isso está sendo visto nestes dias- abrir novamente a investigação e pedir diligências que, a nosso julgamento, com antecedentes novos, apareceram”, disse Carmen Frei, filha do ex-presidente, em entrevista à “Rádio Cooperativa”.
Eduardo Frei Montalva, um líder democrata-cristão que governou Chile entre 1964 e 1970, morreu em 22 de janeiro de 1982, aparentemente por uma complicação em uma cirurgia à qual tinha sido submetido pouco antes, em momentos em que surgia como um dos principais opositores à ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
No entanto, a família do ex-mandatário duvida das causas de sua morte e a atribuiu a um atentado de agentes da ditadura, que o teriam envenenado.
O juiz chileno Alejandro Madri encerrou a investigação por homicídio em julho após receber as solicitações apresentadas pela defesa de um dos acusados e querelantes na causa.
Durante a indagação, que incluiu a exumação do corpo de Frei Montalva, foram achadas “substâncias tóxicas” no corpo do ex-presidente, por isso que o juiz decidiu qualificar a causa como processo por homicídio.
A filha do ex-presidente e senadora democrata-cristã insistiu neste sábado na reivindicação pela falta de colaboração do Exército para o esclarecimento de casos como o do ex-mandatário, usando como exemplo a não entrega de antecedentes sobre o destino dos arquivos microfilmados da direção de Inteligência Nacional (Dina) e a Central Nacional de Informações (CNI) que estiveram, até 2005, em poder da instituição.
Durante um recente discurso perante a Comissão de Defesa da Câmara dos Deputados, o comandante-em-chefe do Exército, Humberto Oviedo, negou ter ocultado informação e garantiu que todos os requerimentos realizados pelos tribunais “tinham sido respondidos”.
No entanto, afirmou estar disposto a apoiar a investigação que requeira o juiz Madri e pediu à família que compartilhe antecedentes dos fatos. EFE
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