Familiares de checheno morto por FBI querem indenização de US$ 30 milhões
Orlando (EUA), 2 mar (EFE).- Os pais de Ibragim Todashev, o checheno morto à tiros por um membro do FBI em 2013 durante um interrogatório sobre o atentado à bomba na maratona de Boston, informaram que pleiteiam uma indenização de US$ 30 milhões durante uma entrevista coletiva dada em Orange, Califórnia, ao lado de representantes do Conselho de Relações Islâmico-Americanos (Cair-Flórida).
O caso aconteceu nesta cidade, em maio de 2013. O jovem, de 28 anos, foi morto com sete tiros, enquanto era interrogado em sua casa pelo agente do FBI Aaron McFarlane, na companhia de dois patrulheiros de Massachusetts. O checheno respondia sobre sua relação com Tamerlan e Dzokhar Tsarnaev, acusados de realizar um ataque à bomba durante a maratona de Boston em abril de 2013, além de sua suposta participação em um triplo assassinato, ainda sem solução, em setembro de 2011 na cidade de Waltham, e no qual Tarmelan Tsarnaev também estaria envolvido.
“Queremos respostas e justiça para alguém que foi baleado em sua própria casa sete vezes por um agente do FBI, após longas horas de interrogatório”, disse Ali Kurnaz, coordenador de comunicações do Cair.
No pedido de indenização, os pais de Todashev alegam em um documento de oito páginas, que o FBI foi negligente ao admitir MacFarlane, 2008. Segundo o texto, o ex-membro do Departamento de Polícia de Oakland, arrastava um passado de acusações de brutalidade policial, falsificação de relatórios e recebia pagamento por incapacidade funcional por parte da Polícia de Oakland ao mesmo tempo em que trabalhava como agente para o FBI.
“Cair-Flórida está preocupada com a autorização que agentes têm para conduzir interrogatórios potencialmente armados nas residências das pessoas, em vez de (efetuá-los) em ambientes seguros”, afirmou Thania Díaz Clevenger, diretora de direitos civis da instituição, em declaração por escrito enviada à Agência Efe e acompanhada por uma cópia da reivindicação enviada ao FBI, com os detalhes do antes, durante e depois do interrogatório fatal.
Os pais de Todashev, que moram na Rússia, declararam em uma nota lida pelos representantes da Cair- Flórida que esperam que o agente do FBI seja considerado culpado o quanto antes.
“O assassinato de nosso filho é injusto e resultado dos abusos de poder por parte do FBI. Esperamos que o processo que estamos inciando traga justiça para nosso filho, nossa família e para o mundo”, disse o pai. EFE
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