Famílias pedem que garotas britânicas que fugiram para a Síria voltem para casa

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/02/2015 15h57
EFE Shamima Begum

As famílias de três adolescentes britânicas que viajaram para a Síria para se juntar ao grupo extremista Estado Islâmico fizeram nesta segunda-feira uma declaração pública emocionada implorando para que elas voltem para casa. A polícia procura as três garotas na Turquia e ainda não tem nenhuma pista do paradeiro delas. 

As garotas, estudantes da mesma escola no leste de Londres, desapareceram na última terça-feira e não deixaram nenhuma mensagem. Segundo as autoridades, elas embarcaram em um voo para Istambul. 

Os parentes de Shamima Begum e Amira Abase, ambas de 15 anos, e Kadiza Sultana, de 16 anos, demonstraram choque e medo durante entrevistas para a mídia britânica. “Nós sentimos sua falta. Não paramos de chorar. Por favor, pense melhor, não vá para a Síria” disse Abase Hussen, pai de Amira, abraçado a um ursinho que a menina deu a sua mãe.

A história teve grande repercussão no Reino Unido, aonde as autoridades estão preocupadas com os cidadãos que viajam para a Síria para se unir ao Estado Islâmico. De acordo com dados oficiais, pelo menos 500 pessoas foram para a Síria com esse objetivo. 

As autoridades foram criticadas após a divulgação de que, antes das garotas desaparecerem, uma delas, Shamima Begum, teve contato online com Aqsa Mahmood, uma menina que viajou para a Síria em 2013 para se tornar uma “noiva da jihad”. 

O advogado da família de Aqsa Mahmood, Aamer Anwar, disse que a polícia falhou em se engajar com as famílias e as comunidades. “Eu não entendo como isso não é considerado um caso de proteção à criança. Essas meninas foram manipuladas nas redes sociais. Elas foram traficadas”, disse. 

De acordo com as famílias, as meninas não mostravam que tinham algum interesse em grupos extremistas e que tinham planos de viajar para fora do país. 

A polícia declarou que as garotas foram interrogadas em 2014 devido ao desaparecimento de uma amiga delas, mas nada sugeriu que elas estavam em risco. Fonte: Associated Press.

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