Famoso por polêmica charge de Maomé, dinamarquês condena atentado em Paris
Copenhague, 7 jan (EFE).- O cartunista dinamarquês Kurt Westergaard, autor de uma famosa charge de Maomé com um turbante-bomba, condenou nesta quarta-feira o atentado à sede da revista francesa “Charlie Hebdo”, enquanto a redação do “Jyllands-Posten”, jornal que publicou seu desenho em 2005, reforçava a segurança de sua redação.
Westergaard qualificou como “aterrorizante” o ataque e afirmou que ele e os cartunistas da “Charlie Hebdo” têm um destino comum, em referência ao atentado que sofreu há quatro anos.
Um somali residente na Dinamarca, depois condenado a dez anos de prisão, entrou a machadadas em sua casa em Viby, no oeste do país, na noite de 1º de janeiro de 2010, mas o chargista conseguiu se refugiar em seu banheiro e chamar a polícia.
Westergaard lembrou hoje à rede de televisão pública dinamarquesa “DR” que dois cartunistas da revista francesa, que reproduziu as charges da “Jyllands-Posten”, o visitaram em sua casa há alguns anos.
“Eles têm desenhos satíricos muito ácidos e monitoram as forças autoritárias. Para eles, tanto faz se são islamitas, católicos ou políticos”, afirmou o caricaturista dinamarquês, que defendeu o direito à crítica da “Charlie Hebdo” em uma sociedade democrática.
Westergaard, de 79 anos, negou que o atentado contra a revista, em Paris, no qual morreram pelo menos 12 pessoas, vá provocar uma mudança em sua situação pessoal.
“Durante anos deixei o tema de minha segurança ao PET (serviço de inteligência dinamarquês) e ele se encarregou de que eu viva tranquilo e seguro. Estou convicto de que continuará assim”, afirmou.
As charges do “Jyllands-Posten”, onde Westergaard deixou de trabalhar há quatro anos, provocaram meses após sua publicação fortes protestos no mundo islâmico, com distúrbios em vários países e um boicote comercial a produtos dinamarqueses. O jornal sofreu várias tentativas de atentado nos últimos anos, todos abortados pela polícia dinamarquesa.
A direção do jornal comunicou hoje a seus funcionários em um e-mail interno que aumentou as medidas de segurança em suas redações em Viby e Copenhague, segundo a agência dinamarquesa “Ritzau”, mas a publicaçãoo não quis confirmar essa informação. EFE
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