Famosos “Pilares da criação” desaparecerão em 3 milhões de anos
Berlim, 30 abr (EFE).- Os “Pilares da Criação”, as nuvens gigantescas de gás e pó localizadas na Nebulosa da Águia, a cerca de 7.000 anos luz da Terra, desaparecerão completamente em três milhões de anos, segundo a pesquisa de uma equipe internacional de astrônomos.
O trabalho, publicado na revista “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”, é apoiado na primeira imagem tridimensional destas famosas colunas de pó cósmicas, que revela sua “iminente” destruição, segundo informou em comunicado o Observatório Europeu Austral (ESO, na sigla em inglês).
Com a ajuda do instrumento “MUSE” instalado no telescópio de grande tamanho (VLT, em inglês) do ESO no Chile, os astrônomos viram que os “Pilares da Criação” perdem a cada milhão de anos o equivalente a 70 vezes a massa solar.
Partindo de uma massa atual de 200 vezes a do sol, “espera-se que tenham uma vida útil de talvez três milhões de anos mais, – uma piscada de olhos em tempo cósmico”, destacou o Observatório.
A partir desta nova descoberta, os astrônomos sugerem voltar a batizar as famosas colunas cósmicas como os “Pilares da Destruição”.
A nova ilustração tridimensional destes três famosos pilares revela novos detalhes sobre sua distribuição espacial, assim como provas da existência de duas estrelas em gestação nas colunas da esquerda e do centro e um inédito jato procedente de uma estrela jovem que até agora não tinha sido visto.
As colunas foram esculpidas com o tempo como consequência da potente radiação erosiva e dos ventos estelares que as brilhantes estrelas do cúmulo provocam após sua gestação, expulsando o material menos denso para longe de sua vizinhança.
Neste caso, os grupos mais densos de gás e poeira podem resistir a esta erosão funcionando como uma blindagem que cria “fileiras” escuras ou “trombas de elefante”, e é aquilo que pode ser visto como o corpo escuro de um pilar que aponta para as brilhantes estrelas.
Os astrônomos esperam compreender melhor como as estrelas jovens de tipo O e B influem na formação de estrelas de gerações posteriores.
Vários estudos identificaram protoestrelas se formando nestas nuvens, por isso que podem continuar se chamando “Pilares da Criação”, informou o ESO.
A imagem original dos famosos pilares, obtida pelo Telescópio Hubble, foi feita há duas décadas e se tornou imediatamente uma de suas imagens cósmicas mais reconhecidas. EFE
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