Farc anunciam que não incorporarão menores de 17 anos em suas fileiras

  • Por Agencia EFE
  • 12/02/2015 15h09
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Havana, 12 fev (EFE).- As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram em comunicado nesta quinta-feira que não incorporarão em suas fileiras menores de 17 anos, o que eleva em dois anos a idade mínima de seus guerrilheiros, e negaram que tenham “recrutado necessariamente menores ou algum combatente”.

A decisão foi anunciada pelo chefe negociador das Farc “Ivan Márquez”, conhecido como Luciano Marín Arango, em uma declaração que também acusa o Exército colombiano de realizar as chamadas “batidas” pelas quais recrutam “menores e jovens” de “setores populares empobrecidos”.

“Entre 2008 e 2012 foram incorporados de maneira forçada ao serviço militar 466.377 jovens, dos quais entre os novatos quase 90% provinham das camadas mais humildes da sociedade”, segundo a guerrilha.

“Desta forma, o Estado mantém uma estratégia de recrutamento forçado que transforma os mais pobres em “bucha de canhão” de uma guerra que só beneficia o stablishment, deixando a salvo dos perigos do confronto fratricida os filhos da oligarquia”, acrescentou as Farc.

As Farc denunciaram que a prática do Estado e das forças militares de usar menores de 15 anos no conflito foi “sistemática”, e disseram que os treinaram em unidades militares e de Polícia a fim de “infiltrá-los na guerrilha, para realizar tarefas de inteligência e promover atentados contra a vida dos guerrilheiros”.

“Ao contrário do que divulga a propaganda institucional e quem procura nos deslegitimar, sob nenhuma circunstância recrutamos necessariamente menores ou algum combatente; o que, além disso, seria uma prática abertamente contraproducente para o funcionamento e desdobramento político das Farc”, destacaram.

O comunicado também diz que as normas de recrutamento das Farc “não permitem o alistamento de menores de 15 anos” e estabeleceram pontualmente que o ingresso à guerrilha “é pessoal, voluntário e consciente entre os 15 e 30 anos”.

As Farc consideram que a decisão de elevar a idade mínima de seus combatentes para 17 anos demonstra sua vontade de promover medidas por causa da dimensão da intensidade do conflito colombiano, cujo fim negociam com o Governo desde 2012 em Havana. EFE

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