Farc criticam Santos por declarações sobre assuntos não negociados em Havana

  • Por Agencia EFE
  • 29/01/2015 16h29
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Bogotá, 29 jan (EFE).- O líder máximo das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri (conhecido como “Timochenko”), criticou nesta quinta-feira o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, por ter anunciado pontos sobre o período pós-conflito, após um eventual acordo de paz, que ainda não foram negociados em Havana.

Em comunicado publicado no site das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), “Timochenko” se referiu à opinião expressada por Santos em Paris sobre a possibilidade de guerrilheiros desmobilizados se integrarem a uma polícia rural.

A hipótese, que Santos não descartou em declarações a jornalistas, foi relativizada horas depois pelo próprio presidente diante da intensa polêmica que despertou no país.

O líder das Farc disse hoje que o “assunto nem sequer foi mencionado” durante as negociações, e criticou também o ministro conselheiro do Pós-Conflito, o general Óscar Naranjo, por ter divulgado em entrevista coletiva detalhes sobre o futuro ciclo de conversas, que começa em 2 de fevereiro.

“Isso deixa claro que existem definições por parte do governo nacional em todas as matérias pendentes, sobre o qual não hesita em informar ao público, apesar de não ter tratado nada ainda a respeito conosco”, afirmou “Timochenko” no comunicado.

“Supomos que o governo do presidente Santos sabe bem o que está fazendo, embora isso não deixa de nos inquietar”, disse o líder.

“Timochenko” afirmou que estes pronunciamentos “parecem destinados a fortalecer o apoio do país ao processo de paz”, o que o líder considerou positivo, embora tenha questionado a “expectativa incerta” gerada pelas declarações.

Além disso, afirmou que a seriedade do Executivo “pode ser questionada ao se observar o mar de especulações que circulam”, em referência a um possível cessar-fogo bilateral.

A guerrilha iniciou um cessar-fogo unilateral e indefinido em 20 de dezembro e que, segundo analistas e o próprio governo, está sendo respeitado.

No entanto, o dirigente insurgente denunciou que enquanto a guerrilha cumpriu seu compromisso, ocorreram “permanentes arremetidas por parte das forças armadas”, o que torna “muito difícil continuar” com o cessar-fogo. EFE

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