Farc denunciam assédio do Exército colombiano apesar de cessar-fogo
Havana, 6 jan (EFE).- A delegação das Farc nos diálogos com o governo colombiano denunciou nesta terça-feira em Havana, sede das negociações, o “assédio constante” sofrido pela guerrilha causado por “alguns setores” do Exército da Colômbia apesar do cessar-fogo unilateral e indefinido do grupo rebelde.
As Farc mencionam em comunicado divulgado nesta terça-fera vários incidentes e invasões do Exército colombiano em zonas sob controle da insurgência, produzidos depois dessa trégua nos departamentos de Antioquia, Chocó e Cauca.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmam que esse cessar-fogo se prolongará indefinidamente se o Exército “reduzir seus impulsos de guerra, atuando com prudência e em sintonia com o espírito de paz e de reconciliação adotado pela Colômbia”.
Segundo a guerrilha, ainda há “provocadores avanços” de tropas do Exército sobre unidades insurgentes na região de Mandé, no departamento de Antioquia, onde, segundo afirmam, em 31 de dezembro, aviões e helicópteros das forças armadas atacaram Curbatá e Loma de Murrí, Vigía Del Fuerte e Urrao.
Também édito que tropas do Exército que estavam concentradas em Puntas de Ocaidó (Chocó) foram enviadas em direção às regiões de Taita e Mandé.
A guerrilha afirma que em Bajo Cauca, área controlada pela Frente 18 das Farc, o Exército atacou um comando insurgente em 28 de dezembro, ferindo uma guerrilheira, além de atacar um acampamento guerrilheiro de surpresa no dia 30 de dezembro, no povoado de Ituango.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, reconheceu ontem que foi cumprido o cessar-fogo unilateral e indefinido das Farc, que começou em 20 de dezembro, por isso considerou que a situação facilita as condições para acelerar o diálogo com a guerrilha, atualmente em recesso devido ao Natal.
Segundo Santos, o compromisso das Farc com o cessar-fogo é uma prova do avanço das negociações, que desde novembro de 2012 são realizadas em Havana. Para ele, essa circunstância significa uma mudança no cenário da negociação. EFE
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