Farc dizem que 1ª fase de plano de desminagem será de caráter humanitário

  • Por Agencia EFE
  • 22/03/2015 13h54

Havana, 22 mar (EFE).- Os negociadores de paz das Farc disseram neste domingo em Havana que o plano de remoção de minas na Colômbia estipulado entre a guerrilha e o governo de Juan Manuel Santos será realizado por períodos e o primeiro terá caráter “humanitário”.

“Serão escolhidos três ou quatro territórios, mas é uma remoção de minas humanitária nesta etapa. O nosso povo no meio da selva não vai parar de se defender”, disse em declarações aos meios de comunicação “Ricardo Téllez”, conhecido como Rodrigo Granda, antes de iniciar na capital cubana uma nova rodada de negociação de paz com o governo.

O negociador precisou que nesta fase, o plano de limpeza e descontaminação de minas e explosivos se centrará em zonas “onde é afetada imediatamente a população civil”, como parte do processo para avançar na redução da intensidade do conflito armado na Colômbia.

Téllez admitiu que a localização exata das minas é “um problema bastante crítico”, porque em “um conflito tão longo, obviamente que vários responsáveis por implantar as minas morreram em combate e foi perdido o rastro”.

No entanto, o guerrilheiro deu a entender que as Farc têm uma espécie de “memória de lugares” minados e “o que se houver informações, elas têm altíssima precisão”.

Telléz, no entanto, advertiu que há casos em que o Exército ou as organizações paramilitares também minaram ou mudaram de lugar as minas da guerrilha.

Altos comandantes militares colombianos e as Farc iniciaram no sábado em Havana as primeiras conversas técnicas para concretizar o transcendental acordo de remoção de minas alcançado por suas equipes de paz em 7 de março e definir detalhes como os lugares onde começarão a limpeza.

Esse plano pretende erradicar os explosivos semeados em diferentes zonas da Colômbia ao longo de mais de 50 anos de conflito armado, e será implementado sob a coordenação da Noruega (país fiador do processo de paz junto com Cuba), mediante a organização Ajuda Popular da Noruega.

O Batalhão de Desminação Humanitário (BIDES) será o encarregado de executar a limpeza de terras, enquanto os membros da guerrilha participarão “sem uniforme, armas e prévia suspensão temporária das ordens de captura” para brindar informação requerida e facilitar as tarefas. EFE

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