Farc dizem que campanha eleitoral da Colômbia é das mais vergonhosas do país

  • Por Agencia EFE
  • 07/06/2014 14h17
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Havana, 7 jun (EFE).- O número dois das Farc e chefe da equipe negociadora, “Ivan Márquez”, afirmou neste sábado que a atual disputa pela presidência da Colômbia está entre “as mais vergonhosas” da história do país, e criticou a “guerra suja” e as “mentiras” feitas durante a campanha.

“A atual corrida eleitoral pela presidência da República foi uma das mais vergonhosas da história do país porque o guerrerismo quer se impor a todo custo, com falsidades e mentiras, e com uma taciturna guerra suja que enfatiza os cochichos e rumores e não a solução dos graves problemas nacionais que atiçam o conflito”, criticou o líder guerrilheiro.

O pronunciamento de “Ivan Márquez”, alcunha de Luciano Marín Arango, aconteceu durante um comparecimento em Havana no qual os negociadores do governo de Juan Manuel Santos e das Farc anunciaram os princípios que regerão o debate sobre as vítimas do conflito, próximo ponto na agenda do processo de paz.

“Por obra e graça de sua campanha infernal estão movimentando o sentimento de alguns militares ingênuos, e fizeram crer que em Havana já se negociou o papel das forças militares e de polícia no pós-conflito”, disse o chefe insurgente em uma declaração à imprensa.

Ele se referiu diretamente à polêmica sobre se a doutrina militar da Colômbia e outros assuntos das forças militares do Estado serão tema dos diálogos de paz, assunto que o governo de Santos insistiu estar fora da mesa.

Nos últimos dias alguns membros negociadores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmaram que a mudança da doutrina militar do país faz parte de suas reivindicações nas conversas de Havana.

As declarações levaram o general Jorge Enrique Mora, um dos negociadores do governo colombiano, a pedir publicamente à guerrilha para se desmobilizar e entregar as armas, e afirmar que as forças militares da Colômbia são as “legítimas” do Estado.

Márquez esclareceu os rumores sobre se a doutrina militar colombiana está em debate nos diálogos: “Em honra à verdade: a esse ponto não chegamos”.

“O que acontece é alguns intransigentes se incomodarem quando falamos de nossa visão de país”, manifestou.

O número dois das Farc explicou que os “alinhamentos gerais” do grupo rebelde para um processo constituinte para a transição na Colômbia propõem uma “reconversão das Forças Militares para uma força para a construção da paz, da reconciliação e da proteção da soberania nacional”. EFE

arj/cd

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