Farc homenageiam Chávez e agradecem sua contribuição ao diálogo de paz
Havana, 5 mar (EFE).- As Forças Armadas Revolucionários da Colômbia prestaram nesta quarta-feira em Havana homenagem ao presidente venezuelano Hugo Chávez em função do primeiro aniversário de sua morte, agradeceram sua contribuição aos diálogos de paz com o governo colombiano e lembraram o líder com músicas escritas por dois de seus chefes guerrilheiros.
“Não pararemos de agradecer sua enorme contribuição, a da República Bolivariana da Venezuela e seu povo à busca de uma solução política ao conflito interno colombiano”, disse o número dois das Farc e chefe da delegação de paz do grupo, Ivan Márquez, conhecido como Luciano Marín Arango.
Márquez afirmou que Chávez “facilitou os primeiros contatos exploratórios” entre o governo colombiano e as Farc para possibilitar o atual processo negociador, que se iniciou no final de 2012 com sede permanente em Cuba e com o qual se tenta pôr fim ao conflito armado mais antigo da América Latina.
“Chávez deu confiança aos porta-vozes guerrilheiros em seus deslocamentos e graças à confiança que nos infundiu estamos aqui em Cuba, terra de Martí, de Fidel e de Raúl, farol de dignidade da América nossa, construindo com o governo da Colômbia um acordo de paz”, disse o segundo chefe das Farc.
A guerrilha leu uma declaração de seu Estado-Maior na qual as Farc pedem a unidade dos povos em defesa da revolução bolivariana da Venezuela diante da “arremetida do imperialismo e da oligarquia reacionária que pretende retroceder o país aos tempos de colônia dos Estados Unidos”.
“Não é a primeira vez que o império recorre a operações encobertas de desestabilização. É claro que sua mão trapaceira dirige as ações terroristas dos extremistas da direita fascista”, afirmaram as Farc em referência aos protestos opositores que ocorrem há três semanas na Venezuela e que deixaram 19 mortos e mais de 250 feridos.
Os negociadores de paz da guerrilha colombiana também renderam tributo a Chávez no Palácio de Convenções de Havana, sede dos diálogos com o governo colombiano, onde instalaram um cartaz com a imagem do presidente venezuelano, enquanto um de seus membros carregava um quadro do libertador Simón Bolívar.
A homenagem contou com a execução de canções compostas pelos próprios guerrilheiros por ocasião da efeméride, uma salsa com letra de Ivan Márquez e de refrão “Não voltarão, não voltarão, os oligarcas não voltarão”; e um joropo (ritmo típico local) escrito pelo guerrilheiro Jesús Santrich, conhecido como Seuxis Paucias Hernández Solarte. EFE
sam/dk
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