Farc insinuam que general se entregou e falam em boicote a processo de paz
Bogotá, 18 nov (EFE).- As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmaram nesta segunda-feira que o general Rubén Darío Alzate se entregou a “um suposto comando” guerrilheiro e que existe um boicote para acabar com o processo de paz promovido em Havana.
“A suspeita e pouco clara entrega do principal nome da guerra contra-insurgente imperial na Colômbia, o general Rubén Darío Alzate, levou o presidente (Juan Manuel) Santos a suspender as conversas em Havana”, diz um editorial publicado no site Anncol, meio digital gerido pelas Farc.
“Mais uma vez o anseio de paz dos colombianos (…) se vê frustrado, deixando claro que a estratégia da vara e da cenoura ou de negociar no meio das balas (…) fracassou, submetendo o país a uma incerteza deletéria”, destaca o texto intitulado “É o conflito, estúpido!”.
Em sua primeira reação pública à suspensão do diálogo de paz anunciado pelo governo colombiano após confirmar neste domingo que o general Alzate foi sequestrado pela guerrilha no departamento de Chocó, as Farc sustentam que há algo deliberado no que qualificam como “entrega” do militar.
Alzate, “comandante da força-tarefa TITÃ, com 31 anos de experiência em combate”, não poderia ter entrado desarmado e sem escolta em uma área dominada pelas Farc se não houvesse outra intenção, consideram os guerrilheiros.
O editorial fala assim de um suposto boicote ao processo de paz e acusam de estar por trás do mesmo o ex-presidente Álvaro Uribe, que deu a primeira versão dos fatos no domingo, inclusive antes do próprio governo.
As Farc insistem nessa “suspeita” primeira versão de Uribe e no fato de que o general subiu “praticamente sozinho” em uma pequena lancha e chegou a “um perdido casario ribeirinho no rio Atrato onde o estavam esperando escondidos alguns guerrilheiros das Farc para retê-lo e precipitar a ruptura dos diálogos de Havana”.
O texto destaca que isso é uma “estupidez” e que “não é concebível para um militar condecorado como Alzate”.
Perante a incerteza que rodeia o sequestro do general do exército e seus dois acompanhantes, um soldado e uma advogada, o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, se transferiu a Quibdó para dirigir na capital do Chocó as operações e as investigações do caso.
No domingo pela noite, após saber do fato, o presidente Santos anunciou uma suspensão dos diálogos de paz que acontecem em Havana há dois anos. EFE
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