Farc prorrogam cessar-fogo unilateral declarado em 20 de julho

  • Por Agencia EFE
  • 20/08/2015 12h17

Havana, 20 ago (EFE).- Os negociadores das Farc anunciaram nesta quinta-feira a decisão de manter o cessar-fogo unilateral declarado pela guerrilha há um mês para criar “um ambiente político apropriado”, dentro do processo de paz que acontece em Havana.

“Exigimos uma atitude correspondente por parte do governo para que se possa consolidar a resolução do conflito, até chegar à cessação de fogo e hostilidades bilaterais e definitivas que toda a Colômbia reivindica”, disse a delegação de paz das Farc no início de um novo ciclo das conversas em Havana.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) decidiram prolongar o cessar-fogo unilateral sem esclarecer por quanto tempo, mas denunciaram uma série de “agressões a uma guerrilha em trégua” nos últimos 30 dias.

“O mais sensato por parte do governo é não continuar tentando tirar vantagem militar deste gesto humanitário da insurgência”, ressaltou Losada.

Durante o mês de cessação de hostilidades, denunciaram as Farc, houve dois bombardeios contra unidades guerrilheiras no departamento do Putumayo, apesar de o presidente Juan Manuel Santos ter suspendido estes bombardeios em resposta ao cessar-fogo das Farc.

Também apontaram a uma série de operações terrestres que terminaram com uma guerrilheira capturada e duas mortas em Antioquia, um ataque aéreo a uma unidade do Caquetá em que morreu um guerrilheiro e três estão desaparecidos, além de fumigações aéreas sobre diversos fronts nesses dois departamentos.

“Enquanto não houver definições claras sobre estes assuntos será muito difícil avançar de maneira expressa na construção de acordos na mesa de negociação”, indicou Losada.

As Farc insistiram que é “consenso nacional que já não tem validade dialogar em meio às detonações e ao barulho dos fuzis”, embora precisaram que diante dessas agressões “as unidades guerrilheiras estão no direito de responder apelando à legítima defesa”.

A guerrilha se referiu a “relatórios recentes”, cuja fonte não especificou, que apontam que nos seis primeiros meses deste ano 69 defensores de direitos humanos, líderes políticos e sociais foram assassinados, 25 sofreram atentados, 334 foram ameaçados e quatro detidos arbitrariamente.

Para as Farc, estes dados mostram que há uma “política sistemática” de perseguir, encarcerar e silenciar dirigentes sociais, e chamaram a atenção sobre a ascensão do paramilitarismo na Colômbia e uma “ofensiva midiática que pretende ignorar o caráter político da insurgência”. EFE

sga/cd

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