Farc reconhecem assassinato de dois policiais por assédio militar

  • Por Agencia EFE
  • 22/03/2014 17h24

Bogotá, 22 mar (EFE).- As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) reconheceram neste sábado o assassinato de dois policiais que foram sequestradas no fim de semana passado no sudoeste do país e que justificaram “a grande operação militar de perseguição” que sofreram seus sequestradores.

O major Germán Méndez Pabón e o patrulheiro Edílmer Muñoz Ortiz desapareceram no dia 15 de março na zona rural de Tumaco quando trabalhavam em um plano de consolidação da presença do Estado em zonas remotas e vulneráveis, e seus corpos apareceram três dias depois com sinais de tortura, segundo denunciaram as autoridades.

“As Farc lamentam a trágica morte (dos policiais), ao mesmo tempo em que fazemos chegar nossa voz de encorajo a seus parentes e companheiros” afirmou o Secretariado, principal órgão desta guerrilha, em comunicado.

No texto, os chefes guerrilheiros reconhecem que os policiais “foram detidos” por milicianos da Coluna Móvel Daniel Aldana quando realizavam operações “contra a insurgência e a população das zonas rurais de todo o país”.

Segundo as Farc, a captura de Méndez e Muñoz “suscitou uma grande operação militar de perseguição” com meia dúzia de helicópteros e múltiplas patrulhas que “obrigou” os milicianos a assassiná-los “sem tempo para comunicar a situação a seus superiores”.

Além disso, a guerrilha justificou que “por razões de segurança” os milicianos acabaram com a vida dos uniformizados “cuidando de não empregar suas armas de fogo”, o que foi qualificado pelas autoridades como sinais de tortura.

“A guerra que vivem os colombianos há meio século, custa a vida diariamente de muitos filhos e filhas de um povo que merece a paz”, concluíram em seu comunicado as Farc, que desde novembro de 2012 negociam com o governo um acordo de paz em Havana .

Em janeiro, as Farc já emitiram um histórico reconhecimento e condenação de um atentado com explosivos cometido por uma de suas unidades no sudoeste do país que custou a vida de um civil e anunciou “corretivos disciplinares” para os autores do ataque. EFE

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