Farmanguinhos obtém registro de dois medicamentos estratégicos para o SUS
O Instituto de Tecnologia de Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Instituto Oswaldo Cruz obteve registros de dois medicamentos considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS): um antirretroviral que associa dois princípios ativos em um único comprimido e é empregado no combate à aids; e outro para tratamento do excesso de hormônio feminino prolactina, responsável pelo estímulo à produção de leite.
Os dois medicamentos vão atender às necessidades do SUS. O antirretroviral do tipo 2 em 1 combina o fumarato de tenofovir desoproxila com a lamivudina, cada substância com 300 miligramas (mg) na composição. Já o cabergolina, indicado para o tratamento da hiperprolactinemia, tem apresentação de 0,5 mg. Os registros dos dois medicamentos foram publicados no Diário Oficial da União de segunda-feira (31).
Ambos os medicamentos são frutos de parcerias de desenvolvimento produtivo, pelas quais enquanto o Farmanguinhos recebe a tecnologia de produção dos medicamentos, uma empresa farmoquímica nacional adquire a tecnologia para a produção do insumo farmacêutico ativo.
A parceria é considerada pela coordenadora de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos, Kátia Miriam, como estratégica para o fortalecimento do setor. No caso do antirretroviral, a pesquisadora disse que a formulação, chamada dose fixa combinada, traz dois grandes benefícios: “Além de melhorar a adesão, já que se trata de dois fármacos em um único comprimido, o custo é mais baixo”.
O antirretroviral será fabricado pela própria Farmanguinhos em parceria com a empresa Blanver. Na avaliação da gerente do projeto de transferência de tecnologia, Maristela Rezende, a produção do 2 em 1 na Farmanguinhos, além de garantir o fornecimento do medicamento para a rede pública de saúde, poderá propiciar uma economia de cerca de R$ 215 milhões aos cofres públicos, ao longo dos cinco anos do acordo.
A produção do cabergolina, por sua vez, resulta de uma parceria de desenvolvimento produtivo envolvendo a Fundação Baiana de Pesquisa Científica, Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma), pela qual cada instituto atenderá à metade da demanda nacional. Além de tornar disponível o medicamento na rede pública, a iniciativa contribuirá para descentralizar a produção da indústria farmacêutica para o Nordeste.
Editor Davi Oliveira
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