Fatos imputados a Sérgio Rosa são posteriores à atuação no fundo, diz Previ

  • Por Estadão Conteúdo
  • 09/09/2016 13h54
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Reprodução/Facebook Sérgio Rosa

A Previ divulgou em sua página na internet um comunicado a seus associados com esclarecimentos a respeito da Operação Greenfield, da Polícia Federal. O fundo destrincha sua participação nos fundos de investimento investigados e afirma que os fatores que levaram seu Plano 1 a registrar o déficit acumulado em 2015 são conjunturais e têm ligação direta com perdas de R$ 13,4 bilhões em cinco ativos sem qualquer relação com a operação da PF: Vale, Banco do Brasil, Neoenergia, Petrobras e Bradesco.

Deflagrada na última segunda-feira, 5, em esforço conjunto com Ministério Público Federal (MPF), Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação apura suspeitas de gestão temerária e fraudulenta em investimentos realizados por quatro fundos de pensão do País – Previ, Funcef, Petros e Postalis -, levantadas a partir da análise de seus déficits bilionários.

No comunicado, o fundo frisa que os fatos imputados ao ex-presidente da Previ Sérgio Rosa – prestação de consultoria para a OAS – se referem a período posterior a sua atuação na Previ, quando Rosa já não exercia o cargo e já tinha, inclusive, passado pelo período de quarentena que proíbe trabalho em empresas em que haja conflitos de interesse. Rosa foi alvo de condução coercitiva dentro da Operação Greenfield.

A Previ informa que dos ativos no radar da Operação Greenfield só tem investimentos na Invepar, no FIP Sondas e no FIP Global Equity. A lista inclui ainda os fundos de investimento em participações (FIPs) Cevix, Multiner, OAS Empreendimentos, Enseada, RG Estaleiros e Florestal.

Em relação ao FIP Sondas, destinado a investimentos na Sete Brasil, a Previ esclarece que aportou R$ 180 milhões em sua criação, ao lado de outros fundos e bancos, seguindo sua política de investimentos. O fundo destaca que não seguiu o aumento de capital da companhia por recomendação de sua área técnica, o que levou sua participação no FIP Sondas a ser diluída de 9,9% para 2,3%.

“(…) esse investimento (FIP Sondas) foi profundamente investigado pela CPI dos Fundos de Pensão, e como já relatado acima, a atuação da Previ foi destacada como um exemplo na avaliação do aporte inicial e na decisão de não acompanhar a segunda oportunidade de investimento”, diz o texto.

A Previ destaca que sua participação na Invepar estava contabilizada em R$ 2,04 bilhões em 31 de dezembro do ano passado. “Considerando esse valor, o retorno do investimento para a Previ representa 161,4% acima da taxa atuarial. Como várias empresas brasileiras que vem sofrendo com a queda de PIB nos últimos três anos, a Invepar teve menor tráfego de carros e caminhões passando pelas suas concessões rodoviárias e menos pessoas viajando de avião”, justifica.

Sobre o FIP Global Equity, a Previ diz que investiu R$ 82 milhões no fundo, criado em 2008 para investir em uma carteira diversificada de construção de imóveis residenciais e comerciais destinados à venda. O fundo de pensão afirma que “no final de 2015, ao perceber que o gestor não estava cumprindo seu papel, a Previ, em conjunto com os demais cotistas, liderou o processo de substituição do gestor e está adotando todas as medidas cabíveis para reaver os valores investidos, no melhor interesse de seus associados”.

A instituição cita ainda a CPI dos fundos de pensão, afirmando que nela comprovou deter “um modelo de governança maduro e consolidado, com criterioso processo de análise e decisão de investimentos, compatível com as boas práticas de mercado”.

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