Febre amarela já matou 38 pessoas apenas neste ano; confira principais dúvidas
Com 73 casos notificados da febre amarela no País, até o último levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, há sempre aquela dúvida sobre quem pode tomar a vacina, o que é a febre amarela e a diferença entre seus dois tipos, como é a transmissão, além de outros questionamentos.
Pensando nisso, a Jovem Pan Online esclareceu com o secretário da Saúde do Estado de SP, David Uip, os principais pontos sobre a doença.
Confira abaixo o que você precisa saber sobre a febre amarela, que já virou surto – e preocupação – em todo o País:
Quantas pessoas já morreram?
Até o momento foram confirmadas 38 mortes por febre amarela em 18 municípios brasileiros. Existem ainda 397 pacientes sob análise.
Qual a diferença entre febre amarela urbana e silvestre?
O vírus transmitido é o mesmo, bem como sua manifestação. A diferença entre as duas é o mosquito vetor.
Na febre amarela silvestre, quem transmite o vírus são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Na febre amarela urbana, o vírus é transmitido pelo Aedes aegypti. No entanto, casos de febre amarela urbana não são registrados no País desde 1942, segundo o Ministério da Saúde.
Como a doença é transmitida?
A transmissão é sempre pela picada do mosquito, que é o vetor intermediário. No entanto, há diferenças entre as febres amarelas silvestre e urbana.
Na silvestre, o Haemagogus ou o Sabethes, que vivem nas matas e beiras dos rios, picam macacos contaminados e depois picam pessoas. Neste tipo, os macacos são os principais hospedeiros. Na FA silvestre, um humano, não vacinado, pode ser infectado quando adentra uma área silvestre e é picado pelo vetor. “A gente acompanha evidências há meses. Qualquer macaco que aparece morto é investigado”, garante o secretário.
Na FA urbana, a transmissão ocorre quando o Aedes pica uma pessoa doente e depois pica outra, transmitindo a doença. A transmissão, neste caso, é como acontece as de zika, dengue e chikungunya.
Como podemos prevenir a febre amarela?
“A vacinação é sempre o melhor jeito de se evitar qualquer doença”, afirma David Uip. No entanto, o secretário estadual de Saúde alerta que outras medidas como uso de repelente e combate aos focos de mosquito também são importantes.
“Aedes não é responsável só pela febre amarela, mas por zika, chikungunya e dengue, que ainda não possuem vacina. Então a proteção pessoal contra a picada e busca por criadouros, envolvimento da população são medidas importantes e fundamentais que devem ser reiteradas a qualquer momento”, completa.
Todo mundo deve ser vacinado?
A vacina está disponível, gratuitamente, durante todo o ano, nas 36 mil salas de vacinação de todo o País. Mas não é preciso que todo mundo tome a vacina. “Ela não é inócua. Ela tem que ter objetivos claros. É preciso vacinar a população mais vulnerável”, diz Uip.
Em caso de dúvida, o secretário recomenda que o paciente procure um centro de saúde ou um médico, que vai indicar a pertinência ou não da vacinação.
Confira abaixo as indicações do Ministério da Saúde para a vacinação:
Quais são os sintomas?
Entre os sintomas estão: febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas, dor no corpo, náuseas, vômito, fadiga e fraqueza. Nos casos sintomáticos graves, por exemplo, a pessoa pode ter febre alta, coloração amarelada da pele e do branco dos olhos, hemorragia, choque e insuficiência múltipla de órgãos.
Caso não seja tratada em cerca de uma semana, a febre amarela pode levar ao óbito.
Em caso de cura, a infecção confere a chamada imunidade duradora, ou seja, só se tem febre amarela uma vez na vida.
Qual a causa do surto de febre amarela?
O secretário de Saúde de SP, David Uip, não arrisca uma única causa: “é difícil avaliar ainda”. No entanto, ele destaca que é preciso ampliar o sistema de vacinação nas regiões mais vulneráveis para se evitar o surto da doença.
Por que uma região tem mais casos que outras?
Segundo David Uip, por dois motivos: regiões de mata e falta de adesão da população à campanha de vacinação. “Quando há recomendação para que se tome a vacina, ela deve ser atendida. Não adianta ter campanha de vacinação se a pessoa não vai”.
Segundo o Ministério da Saúde, locais que possuem matas e rios, onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente, são considerados locais de risco.
Confira abaixo:
Posso ter duas doenças transmitidas pelo mosquito ao mesmo tempo?
É possível, mas é “absolutamente incomum”, diz o secretário.
Qual o tratamento para a febre amarela?
Não há um tratamento específico. Há o que David Uip caracteriza como “sustentação da vida”. Nos casos mais graves há a internação e unidades de terapia intensiva para que o paciente tenha um suporte das funções renais e hepáticas ou um controle de eventual sangramento. “Você tenta preservar a vida”, completa.
Para os casos menos graves, analgésicos e antitérmicos costumam ser receitados por médicos para o alívio das dores no corpo e na cabeça. Vale lembrar que a automedicação é perigosa e somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar a doença de forma correta.
Quem corre mais risco de contaminação?
O risco é igual para todos. Desta forma, qualquer pessoa que viva ou visite áreas onde há a transmissão da doença está sujeita a ter febre amarela.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.