Felicidade está nas pontas dos dedos, segundo cientistas russos

  • Por Agencia EFE
  • 11/06/2015 10h23

Ignacio Ortega.

Moscou, 11 jun (EFE).- A felicidade do ser humano não está nas palmas das mãos, mas nas pontas dos dedos, já que são seus relevos que permitem conhecer o potencial e o destino de cada pessoa, segundo um sistema biotecnológico idealizado por cientistas russos.

“Não se pode lutar contra a natureza. Se você se guiar por sua natureza, será feliz. Se lutar contra, tropeçará várias vezes com dificuldades e acabará se arrependendo”, assegurou à Agência Efe Igor Spiridonov, diretor do Centro de Tecnologia Biométrica da Universidade Técnica Baumanskaya de Moscou.

O sistema biométrico, chamado “Malajit” (Malaquita), se baseia na papiloscopia, a ciência que estuda as pontas dos dedos do ser humano, que apresentam desenhos epidérmicos que são intransferíveis e irrepetíveis.

Os pesquisadores soviéticos utilizaram no final do século passado as características individuais das cristas papilares das pontas dos dedos para determinar as singularidades de cada pessoa.

“Desde que a pessoa nasce até quando morre, essas características não mudam”, explicou o professor de 66 anos.

O sistema parte do princípio de que “o homem é um animal com reflexos” e se baseia no trabalho do lendário fisiólogo russo Ivan Pavlov, agraciado com o Nobel em 1904 por seu estudo sobre o estímulo e a reação em cachorros.

“Nosso primeiro axioma foi que as cristas papilares são o indicador da singularidade do sistema nervoso da pessoa”, disse.

O passo seguinte foi sistematizar em um algoritmo a análise do número de cristas entre pontos especiais e medir as singularidades da estrutura e a forma como caracterizam o relevo epidérmico de cada pessoa.

Spiridonov destacou que “quando aparecem os números, aparece a ciência” e então “pudemos encontrar a norma que vincula a pessoa com a forma de se comportar”.

“Na ponta dos dedos temos o código da programação de nossos reflexos e o funcionamento dos órgãos vitais, elementos de nossa capacidade de adaptação, os conhecimentos que recebemos do exterior e a capacidade de sermos complementares”, detalhou.

Bastam cinco minutos para digitalizar as marcas dos dez dedos das mãos de uma pessoa, analisar sua forma e característica e fazer um veredicto sobre suas capacidades e predisposições naturais.

“O desenho é muito nítido. O tempo depende da qualidade das pontas. Há gente que trabalha com as mãos e não é possível ter um diagnóstico nítido. Nas crianças são muito evidentes e nos idosos elas se deterioraram com os anos”, comentou Natalia Gogúlina, assistente do catedrático.

O sistema biotecnológico analisa os parâmetros das impressões digitais e estuda os tipos de crista, de relevo e as assimetrias, entre outros dados.

Os resultados são divididos em dez singularidades pessoais, como a capacidade analítica e sociabilidade, comunicação e capacidade de oratória, reação e coordenação, resistência e predomínio, de conflito e introversão-extroversão.

Este sistema revela a predisposição natural da pessoa, por isso que o ideal seria introduzi-lo nas escolas, o que permitiria ao professor personalizar a educação de seus alunos, segundo Spiridonov.

“Os conflitos respondem a um uso incorreto da personalidade e às capacidades do ser humano. Os conflitos surgem entre as pessoas que não aprendem ou nunca aprenderão a fazer algo porque não estão fazendo aquilo para o que foram destinadas”, comentou.

A pergunta que é preciso responder quando uma criança chega à escola é: “O que ensinar e como ensinar para que uma pessoa se torne mestre naquilo, e entre mestres nunca há conflitos”.

“Para educar um mestre é preciso conhecer sua predisposição. Sob nosso ponto de vista, 80% do potencial da pessoa é determinado pela herança recebida ao nascer, ou seja, está relacionado com as singularidades de seu papilograma”, salientou, ressaltando que “não há pessoas inúteis”..

“Para guiar alguém até transformá-lo em um mestre, é preciso ver seu papilograma. Então poderemos deixar o país em boas mãos e o mundo viverá dignamente, sem conflitos”, concluiu. EFE

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