Felipe González nega fazer parte de conspiração contra Nicolás Maduro
São Paulo, 22 jun (EFE).- O ex-presidente do governo da spanha Felipe González negou nesta segunda-feira em São Paulo que faça parte de uma “conspiração internacional” interessada em provocar a queda do governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
“Eu não sou parte de nenhuma conspiração”, afirmou González durante a conferência “Novos desafios da democracia”, organizada pelo Instituto Lula e as fundações Friedrich Ebert e Perseu Abramo.
Na presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, González afirmou que com Maduro “não se pode falar”, ao contrário do que ocorria com seu antecessor, o falecido Hugo Chávez.
“Com Chávez se podia falar, sempre falei com ele, inclusive dos problemas que pude ver em seu governo”, afirmou González.
O ex-mandatário espanhol, que foi declarado persona non grata pela Assembleia Nacional da Venezuela em abril, protagonizou recentemente uma polêmica viagem ao país latino-americano com a intenção de se reunir com diversos opositores ao governo de Maduro, o que não foi possível devido à recusa das autoridades.
A intenção de González era se encontrar, entre outros políticos, com Daniel Ceballos, ex-prefeito do município de San Cristóbal, e com Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, ambos detidos e aos quais manifestou solidariedade e apoio.
No entanto, González foi embora dois dias depois de ter desembarcado, sem ter conseguido visitar López e Ceballos na prisão e nem ter assistido à audiência preliminar do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, que está em prisão domiciliar, acusado de participar de uma conspiração contra o governo.
Em relação à situação de Ledezma, González declarou que é “surpreendente” que o prefeito, que venceu as eleições com anpla maioria, tenha sido detido e que apenas no dia seguinte tenha sido emitida uma ordem de prisão “com data do dia anterior”.
“Não acredito que haja interesses golpistas na oposição venezuelana”, ressaltou González.
Ainda segundo o político espanhol, “é possível que ocorra um processo democrático na Venezuela, porque tudo é possível, mas não é provável”. EFE
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