Felipe VI, um porta-bandeira olímpico amante do esporte

  • Por Agencia EFE
  • 02/06/2014 13h36
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Madri, 2 jun (EFE).- Felipe de Bourbon, que será o novo rei da Espanha após a abdicação de Juan Carlos I, foi o porta-bandeira da delegação de seu país nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, e sua condição de amante e praticante de esportes o levou a estar perto dos atletas e a se envolver totalmente na defesa da candidatura dos Jogos Olímpicos de Madri 2020.

A imagem de dom Felipe à frente da equipe espanhola no estádio de Montjuic durante a inauguração dos Jogos de Barcelona é parte da história de um país empenhado em “manter o nível de excelência” de seu esporte, segundo suas próprias palavras, pronunciadas em dezembro do ano passado após receber a Ordem Olímpica de Ouro.

Diploma olímpico pelo sexto lugar obtido na classe Soling da vela naquela edição, don Felipe já havia vivido a experiência olímpica como espectador em Seul 1988, nos quais sua irmã Cristina, também velejadora, foi reserva do time espanhol na classe 470.

Fã squash e esqui, além da vela, Felipe se mostrou sempre próximo aos atletas, aos quais acompanhou em várias competições e especialmente nos Jogos Olímpicos, acompanhado de sua esposa Letizia desde os realizados em Atenas 2004, ano no qual se casaram.

Apesar de não ter sido escolhida, a candidatura olímpica de Madri aos Jogos de 2020 contou com total envolvimento do príncipe, que foi a Buenos Aires para participar da apresentação da proposta espanhola no dia 7 de setembro de 2013. Lá, perante a Assembleia do COI, dom Felipe afirmou que a cidade é “um parceiro confiável e com experiência”.

“Hoje não me dirijo aos senhores como príncipe da Espanha. Sou participante olímpico e orgulhoso pai de duas meninas que, da mesma forma que milhões de crianças, esperam um futuro mais brilhante. Toda a Espanha quer os Jogos. Agora, mais que nunca, Madri faz sentido”, afirmou, antes de o COI eleger Tóquio como organizadora do megaevento esportivo.

Depois da derrota, a terceira consecutiva de Madri, o príncipe esteve ao lado dos membros da candidatura, aos quais encorajou a levantar a cabeça e a continuar trabalhando pelo esporte espanhol.

Essa vontade e o desejo de que a Espanha receba outra vez os Jogos Olímpicos voltaram a estar presentes em seu discurso na última festa de gala do Comitê Olímpico Espanhol (COE), em 18 de dezembro de 2013 e na presença do novo presidente do COI, o alemão Thomas Bach, quando recebeu a Ordem Olímpica de Ouro.

“Não desfalecemos em nossa determinação de continuar fazendo as coisas cada vez melhor. Manter o nível de excelência do esporte espanhol é um desafio difícil que assumimos com vontade e com os mesmos princípios; como atletas, como olímpicos e como espanhóis, trabalharemos o tempo todo para conservar e acrescentar os sucessos que, juntos, conseguimos”, afirmou.

O príncipe mantém a tradicional relação da Família Real com o esporte, que começou com a participação de seu pai, Juan Carlos I, nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, onde competiu na classe Dragon da vela.

A rainha Sofía participou como reserva naquela mesma edição e no mesmo esporte representando a Grécia, seu país natal, junto com seu irmão Constantino, nos Jogos de Roma, em 1960.

Em Barcelona 92, Felipe competiu na classee soling com o barco Aifos (nome de sua mãe, Sofia, ao contrário), com Fernando León e Alfredo Vázquez.

Para chegar lá, sua embarcação ficou em primeiro no Campeonato da Espanha de 1989 e venceu a Copa Espanha de 1990. No mesmo ano, ficou em quinto no campeonato mundial e, em 1991, voltou a triunfar no Campeonato da Espanha e acabou em quarto no mundial de Match Race.

Seus resultados no Campeonato Mundial o levaram a fazer parte da equipe olímpica espanhola, para a qual foi convocado em 27 de janeiro de 1992. Sua embarcação venceu a Copa da Espanha de Vela de classes olímpicas no dia 15 de março de 1992, que lhe assegurou o acesso aos Jogos.

Don Felipe, que admitiu “sonhar com uma medalha” antes do início dos Jogos, não conseguiu se classificar para as semifinais de match race e terminou a competição em sexto.

Além de sua ligação olímpica, Felipe de Bourbon é torcedor do Atlético de Madrid, clube que em 2003 o nomeou presidente de honra do Centenário.

Com este motivo, o príncipe das Astúrias recebeu em 17 de dezembro de 2003 uma delegação do clube, liderada por seu então presidente, Jesús Gil, falecido em maio de 2004. EFE

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