Fiéis prestam homenagem a São José de Anchieta na Catedral de São Paulo

  • Por Agencia EFE
  • 06/04/2014 14h24

São Paulo, 6 abr (EFE).- A Catedral Metropolitana de São Paulo se encheu neste domingo de centenas de fiéis que celebraram a recente canonização do jesuíta espanhol José de Anchieta (1534-1597), declarado santo através de um decreto assinado na última quinta-feira pelo papa Francisco.

O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, celebrou uma missa em homenagem ao terceiro santo brasileiro, conhecido como o apóstolo do Brasil por seu trabalho evangelizador e humanitária neste país e venerado especialmente em São Paulo por ser um de seus fundadores.

Na cerimônia estiveram presentes o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da cidade, Fernando Haddad, que destacou o legado de “cultura, de respeito à diversidade e ética” de Anchieta.

Antes do começo da missa, cerca de 2 mil pessoas, de acordo com a organização, fizeram uma procissão na qual exibiram uma relíquia do santo, um pedaço de fêmur, pelo centro de São Paulo, a maior cidade do Brasil.

Os fiéis partiram do Pátio do Colégio, lugar onde Anchieta fundou, em 25 de janeiro de 1554, um colégio para evangelizar os indígenas brasileiros de Piratininga, até a Catedral Sé de São Paulo.

Anchieta, nascido em 19 de março de 1534 em Tenerife, nas Ilhas Canárias, se tornou jesuíta em 1550 e, três anos mais tarde, quando concluiu noviciado, foi destinado às missões no Brasil, onde chegou em 13 de julho de 1553, em plena colonização do continente, pelo então principal porto brasileiro, o de Salvador.

A chegada do espanhol à Bahia foi o começo de uma missão de 44 anos, na qual, entre outras coisas, fundaria a cidade de São Paulo e onde sua relação com a proteção dos nativos ganhou fama.

Desde sua chegada ao Brasil, Anchieta se destacou como defensor dos direitos dos nativos e mestiços com seus protestos contra a perseguição dos índios e o mercado de escravos.

Apesar de os jesuítas defenderem seu canonização desde havia quase quatro séculos, o processo se paralisou quando a Companhia de Jesus foi expulsa de Portugal e de suas colônias em 1760.

O processo foi reaberto em 1877 e a beatificação foi anunciada em 1980, às vésperas da primeira visita que o papa João Paulo II fez ao Brasil.

Mas os jesuítas precisaram esperar a chegada de outro membro da companhia ao trono de São Pedro para finalmente poderem chamar de santo o “padre” Anchieta. EFE

ass/tr

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