Fiesp se colocará contra a alteração das regras do auxílio-doença, diz Skaf
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou nesta quinta-feira, 29, que será contrário à alteração nas regras do auxílio-doenca anunciada pelo governo. Segundo Skaf, a entidade vai enfrentar o governo no Congresso para garantir que as mudanças não sejam implantadas.
Skaf se reuniu com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e representantes de empresas para discutir os planos do governo para a economia em 2015. De acordo com ele, o ministro foi impassível na questão do auxílio-doença e a situação será levada ao Legislativo.
O empresário disse, no entanto, que os participantes da reunião concordaram que a maior parte do ajuste fiscal do governo deverá ser realizado com cortes de gastos. Ele disse que a indústria não pode mais ter aumento de impostos.
Questão hídrica
Com o ritmo atual de chuvas e sem tendência de melhora, São Paulo corre um risco fortíssimo de ver o sistema hídrico secar, afirmou o presidente da Fiesp. Skaf disse que o governo do Estado não fez as obras necessárias para evitar o problema, nem teve a atitude transparente para alertar a população sobre a gravidade do problema.
Ele lembrou que as regiões metropolitanas de São Paulo e cidades do entorno de Campinas, que foram muito afetadas pela falta de água, concentram 50% do PIB industrial do Estado, com mais de 40 mil estabelecimentos. “Quando você tem o sistema hídrico na situação em que chegou, mesmo as indústrias que captam água de rios sofrem com a seca”, disse Skaf.
O empresário afirmou que o setor industrial ativou desde o ano passado um plano de contingência, com projetos de reúso de água e identificação de regiões para abertura de poços. De acordo com ele, mais de 70% das empresas do Estado já adotaram alguma medida para reciclar seus recursos hídricos.
“Nós estamos usando todas as alternativas para minimizar uma situação cuja responsabilidade não é nossa”, criticou. “Passou da irresponsabilidade deixar essa crise chegar onde chegou.”
Skaf afirmou que, depois de ter desempregado cerca de 165 mil pessoas no ano passado, a indústria não projeta uma melhora na economia deste ano. “A crise de água e energia obviamente piora a situação.”
Sobre a questão energética, o empresário se mostrou menos preocupado. Ele afirmou que, como o sistema é integrado, é possível transferir energia de uma região para outra com maior necessidade. Segundo Skaf, existe o risco de um racionamento elétrico, mas é evento menos provável do que a crise hídrica.
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