Figueiredo destaca aumento do comércio com Argentina apesar de restrições
Brasília, 6 fev (EFE).- O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, destacou nesta quinta-feira que, apesar das restrições impostas pela Argentina a alguns produtos, o comércio entre o país e o Brasil cresceu em 2013 e continua sendo propício para o Brasil.
“O comércio entre o Brasil e a Argentina melhorou significativamente em 2013 em relação a 2012 e é uma melhoria da qual não falam os veículos (de comunicação)”, alfinetou o chanceler ao ser perguntado em um pronunciamento no Senado sobre as restrições argentinas a alguns produtos brasileiros.
Figueiredo admitiu que há divergências entre ambos os países pelas restrições, que atribuiu a problemas pontuais na Argentina, mas esclareceu que o Brasil continua elevando suas exportações para o maior parceiro do país no Mercosul.
“Em 2013 o intercâmbio comercial entre os dois países chegou a seu segundo maior volume na história, apenas superado pelo de 2011. Foram mais de US$ 36 bilhões”, afirmou o chanceler ao lembrar que a Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil depois da China e dos Estados Unidos.
De acordo com os dados oficiais, as exportações brasileiras para a Argentina cresceram 9% no ano passado, de US$ 17,998 bilhões em 2012 até US$ 19,615 bilhões em 2013, em tanto que as importações procedentes do país vizinho aumentaram apenas 0,1%, até US$ 16,444 bilhões.
Isso permitiu que o superávit do Brasil em seu comércio com a Argentina saltasse 103%, de US$ 1,554 bilhão em 2012 até US$ 3,152 bilhões em 2013, e que a troca comercial subisse 4,8%, até US$ 36,078 bilhões.
“É inegável que em uma relação tão estreita como a nossa surja a cada instante algum tipo de dúvida, algum tipo de dificuldade, mas são coisas que têm a ver com a conjuntura internacional”, assegurou o chanceler ao minimizar a importância das restrições argentinas.
“No caso da Argentina, precisamos ver todas as dificuldades internacionais que ocorreram e que são pontuais. São naturais. na Europa também ocorreu isso. Todo processo de integração tem dificuldades”, comparou.
Figueiredo se absteve de se pronunciar sobre os efeitos no comércio entre os dois países que terá a forte desvalorização do peso argentino frente ao dólar ao longo do ano.
Quanto às divergências pelas restrições argentinas, especificamente a produtos como o calçado, assegurou que seguirão sendo tratadas em conversas com o país vizinho.
“Estaremos sempre atentos e defenderemos sempre os direitos de nossos exportadores, incluindo o caso dos calçados. Há conversas constantes com a parte argentina. Estamos atentos a tudo que ocorre, estamos presentes, conversando e buscando sempre a defesa do interesse nacional e dos produtores brasileiros”, disse.
Figueiredo reiterou a aposta do Brasil no Mercosul, e disse que o bloco gerou mais benefícios que problemas.
“Com todas as dificuldades que surgem (no Mercosul), com todas os assuntos pontuais, mesmo assim há uma clareza de que nosso comércio no Mercosul se ampliou muito e que o bloco foi uma oportunidade extraordinária”, afirmou.
O ministro assegurou que o comércio ao interior do bloco se multiplicou por dez desde sua criação e que o Mercosul também teve um papel importante no fortalecimento e na diversificação de setores industriais brasileiros.
“O Mercosul é, por todas essas razões, importante instrumento de promoção política da região e de prosperidade econômica de seus membros. O Mercosul é política de Estado com objetivo de impacto direto na vida e no bem-estar das pessoas”, disse. EFE
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