Filha do rei da Espanha prestará depoimento hoje em caso de corrupção

  • Por Agencia EFE
  • 08/02/2014 06h43

Palma de Mallorca (Espanha), 8 fev (EFE).- A infanta Cristina, filha do rei Juan Carlos da Espanha, vai depor neste sábado em um tribunal como acusada em um caso de corrupção, um fato inédito na história do país.

Seu comparecimento diante do juiz José Castro em Palma de Mallorca, nas Ilhas Baleares, faz parte da investigação de desvio de recursos públicos por parte do Instituto Nóos, uma entidade sem fins lucrativos presidida pelo marido da infanta, Iñaki Urdangarin, entre 2003 e 2006.

A infanta vai prestar depoimento para esclarecer se cometeu fraude fiscal como coproprietária com seu marido de 50% da sociedade Aizoon.

Para o juiz, há indícios que o instituto era uma ferramenta para fraudar a Receita do país e canalizar benefícios através de faturamentos fictícios do Instituto Nóos.

O juiz Castro considera que Cristina de Borbón agiu através da Aizoon para que seu marido cometesse fraudes fiscais, e quer que ela esclareça se conhecia a origem ilegal dos fundos com os quais pagou despesas pessoais e se sua participação na empresa era para servir como “escudo frente à Receita”.

O promotor acredita que não existe nenhum indício de que a infanta tivesse cometido crimes fiscais, mas entende que ela deveria pagar 600 mil euros (US$ 816 mil) em matéria de responsabilidade civil, a metade do valor recebido pela Aizoon em recursos públicos supostamente desviados pelo Instituto Nóos.

Jesús Silva, advogado da infanta, discordou ontem desse pedido e insistiu que quando “a situação ficar mais tranquila”, a maioria dos cidadãos espanhóis verão que sua cliente é inocente.

Cristina de Borbón poderá entrar no tribunal de carro, por “razões de segurança”, conforme autorizou na semana passada o juiz, ao contrário do restante dos acusados, que entraram na corte a pé, entre eles seu marido, durante os depoimentos prestados em fevereiro de 2012 e de 2013.

O caso despertou uma grande expectativa midiática. Cerca de 350 jornalistas de 90 veículos de comunicação foram credenciados para a sua cobertura.

O caso Nóos se remete ao ano de 2010 e investiga o suposto desvio de dinheiro público para o Instituto Nóos através de convênios para a realização de diversos eventos. EFE

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