Filipinas autoriza operação de resgate de alemães capturados pelo Abu Sayyaf

  • Por Agencia EFE
  • 17/10/2014 01h14

Manila, 17 out (EFE).- As autoridades das Filipinas deram sinal verde para que a polícia e o exército iniciem uma operação de resgate dos dois turistas alemães sequestrados pelo grupo islamita Abu Sayyaf, que ameaça matar um deles nesta sexta-feira.

“A operação começará a qualquer momento, mas estamos determinando a localização exata de alguns líderes e membros do Abu Sayyaf”, disse ao jornal “Inquirer” o coronel Allan Arojado, comandante das tropas na ilha de Sulu, onde se acredita que os dois reféns estejam escondidos.

O exército enviou uma equipe especializada em rastreamento, que se uniu aos sete batalhões que já se encontram na ilha, que fica a cerca de 980 quilômetros ao sul da capital do país, Manila.

“Vamos fazer de tudo para não colocar em risco a vida dos reféns”, acrescentou Arojado.

Os rebeldes do Abu Sayyaf exigem que a Alemanha retire o apoio à ofensiva militar contra o Estado Islâmico (EI), liderada pelos Estados Unidos, além de US$ 5,6 milhões para não decapitar um dos alemães hoje, às 15h no horário local (4h em Brasília).

No entanto, o grupo islamita se mostrou disposto na última quarta-feira a suspender o ultimato se fossem abertas negociações com o ministro das Relações Exteriores do país, Alberto Rosario. Mas tanto a Alemanha como as Filipinas mantêm a política de não negociar com terroristas.

“Nenhum dos dois governos entrou em contato conosco”, confirmou ao “Inquirer” o porta-voz do Abu Sayyaf, Abu Rami.

Viktor Stefan Okonek, médico alemão de 74 anos, e sua mulher, Henrike Dieter, de 55, foram sequestrados em abril quando navegavam pelo sudoeste das Filipinas, mas só em 24 de setembro os islamitas começaram a fazer as ameaças de morte.

Em várias ocasiões, Okonek pediu ajuda ao governo alemão e filipino. Ontem, ele voltou a falar com a imprensa e, segundo o porta-voz do grupo terrorista, pediu para conversar com parentes antes de morrer.

Os rebeldes divulgaram na quarta-feira uma fotografia que mostrava o médico sentado em um túmulo, com as mãos amarradas, e, no fundo, uma bandeira associada à Al Qaeda.

O Abu Sayyaf, vinculado à Al Qaeda e formado por cerca de 400 membros, tem em seu poder outros dois europeus – um holandês e um suíço – desde fevereiro de 2012, além de um guarda costeiro da Malásia, uma mulher chinesa e sua filha.

O grupo foi criado em 1991 por vários ex-combatentes da guerra do Afeganistão contra a antiga União Soviética. Os sequestros e atentados mais sangrentos ocorridos nas Filipinas nos últimos anos são atribuídos ao Abu Sayyaf.

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