Filipinas e rebeldes muçulmanos fecham pacto histórico para a paz
Manila, 26 jan (EFE).- O Governo das Filipinas e o principal grupo rebelde muçulmano acertaram a última parte das negociações de paz que poderia pôr fim a um conflito armado que dura há quatro décadas e causou milhares de mortos em ambos os lados, publicaram hoje meios de imprensa locais.
A Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI) se comprometeu a entregar as armas em troca da autonomia em parte da região sul do país, segundo selaram este sábado em Kuala Lumpur negociadores governamentais e do grupo rebelde.
Após anos de negociações, o pacto, que será assinado nos próximos dias em Manila, estabelece a criação de uma nova região autônoma na ilha de Mindanao, onde a população é de maioria muçulmana, segundo o jornal “The Inquirer”.
A porta-voz da delegação governamental, Miriam Ferrer, afirmou que a conclusão das negociações “assinala o começo de um maior desafio, a implementação”.
Este acordo, o quarto e último ponto das negociações, é o progresso mais importante em 13 anos de conversas, após o estabelecimento do cessar-fogo em agosto de 2001, embora os confrontos nunca tenham cessado de todo.
O Governo e o FMLI pactuaram em outubro de 2012 o funcionamento para 2016 de um território autônomo islâmico no sul do país e que se chamará Bangsamoro.
O FMLI, que renunciou à luta pela independência ao assinar o tratado, foi fundado formalmente em 1984 e dispõe de cerca de 12 mil combatentes.
Entre 100.000 e 150.000 pessoas, pelo menos 20% delas civis, morreram em quatro décadas de conflito separatista no sul das Filipinas, que além disso paralisou o desenvolvimento de uma região rica em recursos naturais e empobreceu a população. EFE
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