Floresta no sul do Equador abriga árvores petrificadas

  • Por Agencia EFE
  • 19/04/2015 11h11
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Machala (Equador), 19 abr (EFE).- Uma área do vale do rio Puyango, no sudoeste do Equador, abriga uma grande coleção de árvores petrificadas ao ar livre, troncos que há mais de cem milhões de anos se transformaram em granitos por efeito dos cataclismos.

Situada na fronteira entre as províncias andina de Loja e a litorânea de El Oro, a floresta petrificada de Puyango não só convida a percorrê-la para observar os troncos de pedra que estão em seu solo, mas para desfrutar da fauna, flora e da rica gastronomia que é oferecida nos arredores.

A uma hora de ônibus do aeroporto de Santa Rosa, em El Oro, a floresta de Puyango é um dos novos destinos turísticos impulsionado pelo Ministério do Turismo por meio de seu programa “Viaja primero Ecuador”, uma estratégia que pretende destacar novos atrativos no país.

Declarado como Patrimônio Natural e Cultural do Equador, a floresta de Puyango abriga uma superfície de 2.659 hectares de uma floresta seca subtropical situada entre 300 e 500 metros de altura sobre o nível do mar, com uma temperatura média de 22 graus centígrados.

A existência de árvores petrificadas foi descoberta em 1971 e foram encontrados fósseis de entre 65 milhões e 120 milhões anos, que correspondem ao período cretáceo, segundo Miriam Córdoba, uma guia da reserva oriunda desse mesmo setor.

Apesar de ser uma grande jazida de fósseis, os estudos só foram efetuados na superfície para tentar proteger o maravilhoso entorno da região, onde são formadas cascatas e remansos que, perante o sufocante calor do meio-dia, convidam a dar um mergulho em suas temperadas águas.

Muitos turistas fazem isso e os habitantes asseguram que tomar um banho nas cristalinas águas dos riachos que cruzam pela zona é um “bálsamo” para a saúde.

Ao percorrer os caminhos, aparecem de surpresa os troncos de pedra, de diferentes tamanhos, grossos e muitos parecem ter sido cortados com maquinaria de precisão. Apenas o tato pode tirar a dúvida do visitante se trata-se de uma árvore natural ou uma de pedra.

Trata-se de coníferas araucárias que povoaram a região há cerca de 300 milhões de anos e que foram sepultadas por erupções e terremotos. Maremotos e grandes pressões permitiram que a matéria orgânica não se decompusesse pela falta de oxigênio.

Pelos capilares dos troncos são filtrados elementos como o silício, carbonato de cálcio, ferro, pirita, o aragão e potássio, entre outros, que conseguiram cristalizar as células vegetais e as transformaram em pedra, em processos que duraram milhões de anos.

Esse mesmo processo ocorreu com moluscos e, por isso, na floresta de Puyango é possível encontrar fósseis petrificados de conchas, marisco, caracóis e amonites, alguns dos quais chegam a medir dois metros de diâmetro.

Na América, relata Miriam Córdoba, existem, além de Puyango, outros duas florestas petrificadas, uma no deserto do Arizona, nos Estados Unidos, e outro na Patagônia argentina.

No entanto, a de Puyango é a única floresta que combina árvores petrificadas e naturais, além de ser possível visitá-la durante todo o ano, disse Miriam.

A guia sustenta que é também um bom lugar para os visitantes que amam a natureza, pois na região é possível observar 65 espécies de aves, assim como esquilos, tatus, coelhos, tamanduás e bichos-preguiça.

Cerca de 10 mil visitantes viajam para a área protegida do Bosque Petrificado de Puyango, mas seus administradores realizam adequações em infraestruturas para atrair mais turistas, sobretudo os do Peru, dada a proximidade da zona com a fronteira comum.

Além disso, a gastronomia do lugar convida a desfrutar pratos típicos como o guisado de galinha e o “gato-do-mato”, uma fritura de banana verde, queijo, ovos e pedaços de pele de porco que costuma ser servida no café da manhã. EFE

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