FMI afirma que Argentina ainda não melhorou estatísticas e estende prazo

  • Por Agencia EFE
  • 03/06/2015 22h27

Washington, 3 jun (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta quarta-feira que a Argentina “ainda não cumpre totalmente com sua obrigação” de fornecimento preciso de dados sobre o índice de preços (IPC) e Produto Interno Bruto (PIB), e estendeu o prazo para sua melhoria por mais um ano, até julho de 2016.

Em comunicado, o Fundo reconheceu “o diálogo em curso com as autoridades argentinas e seu avanço material desde 2013 em remediar as imprecisões na provisão de estatísticas sobre o IPC e o PIB”.

“No entanto”, assinalou, “a Argentina ainda não cumpre totalmente com sua obrigação (…) em relação à provisão precisa de dados sobre o IPC e o PIB ao FMI”, algo que levou a que a instituição faça referência em suas projeções a cálculos alternativos do setor privado a respeito das estatísticas governamentais.

De fato, segundo a instituição, “algumas medidas específicas requeridas para fins de fevereiro de 2015 ainda não tinham sido implementadas totalmente”.

Como consequência, o Fundo “decidiu estender o processo em curso pelo prazo de um ano a fim de dar mais tempo” para solucionar os problemas nos dados oficiais.

A decisão foi anunciada depois que a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, apresentou hoje perante o Diretório Executivo do organismo o relatório sobre o progresso da Argentina na implementação do terceiro conjunto de medidas específicas requeridas em dezembro de 2013 para melhorar a qualidade dos dados oficiais.

Em conferência telefônica, o diretor do Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, evitou detalhar se poderia haver sanções mais adiante contra a Argentina se forem mantidas as imprecisões em seus dados nem se as falhas se referiam a um ou ambos indicadores.

A próxima data para examinar a questão está marcada para 15 de julho de 2016.

A diferença entre os dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) e os das consultoras privados a respeito de 2014 sobre a inflação no país, uma das principais preocupações dos cidadãos, voltou a ser notável.

De acordo com o governo a inflação foi de 23,9%, enquanto as consultoras privadas cifram a média em 38,5%.

Precisamente hoje, o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, assegurou que está trabalhando com o FMI sobre esta questão e que, embora em nível de comunicação sempre haja “atritos”, em nível técnico se está “trabalhando muito bem”.

“Enquanto eles não politizarem o tema, nós não vamos politizar”, acrescentou Kicillof, crítico ferrenho das receitas do fundo. EFE

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