FMI alerta sobre “vulnerabilidades” na China, mas vê políticas “adequadas”

Pequim, 26 mai (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta terça-feira que a economia da China apresenta “vulnerabilidades”, mas considerou que as políticas do governo são “adequadas às circunstâncias”, por isso manteve a previsão de crescimento em 6,8% para este ano.

Em entrevista coletiva em Pequim, o subdiretor-gerente do FMI, David Lipton, divulgou as conclusões do relatório detalhado sobre a situação da segunda economia mundial elaborado pela instituição.

Lipton ressaltou as reformas financeira, tributária, das empresas estatais e da conta de capital como as prioridades para a China e enfatizou que o iuane deixou de ser subvalorizado após a forte subida nos últimos 12 meses.

“Uma implementação bem-sucedida reduzirá o excesso de economias, diiminuirá o investimento enquanto a tornará mais produtiva, estimulará o consumo e permitirá que a China continue sua convergência rumo a um status de alta renda”, disse o dirigente.

O subdiretor-gerente do FMI também pediu às autoridades um plano de transição “claro e amplo” para o financiamento das administrações locais e provinciais, que na semana passada começaram a emitir seus próprios bônus de dívida com o respaldo do Banco Popular da China (central).

“O crescimento na China está ficando moderado, uma diminuição que não é um objetivo em si, mas um resultado do afastamento do padrão de crescimento da última década. Projetamos que China crescerá 6,8% neste ano, o que vai de acordo com a meta das autoridades de aproximadamente 7%”, disse Lipton.

Se as previsões da instituição forem concretizadas, a Índia, país para o qual o FMI prevê um aumento de 7,5% do PIB, superará a China neste ano como economia emergente de mais rápido crescimento.

O FMI acredita que a China manteve sua expansão econômica durante a crise financeira global com base em uma combinação de crédito e investimento “insustentável” que causou riscos que agora Pequim tenta corrigir.

“As vulnerabilidades nestas áreas continuam sendo grandes, por isso são necessários esforços para solucioná-las. Neste momento, nossa avaliação é que as políticas macroeconômicas são em geral adequadas e coerentes com o crescimento anual e a previsão de inflação”, acrescentou Lipton.

Além disso, o subdiretor-gerente do FMI afirmou que o mercado de trabalho mostrou “resistência” ao menor crescimento econômico, o que deu segurança ao consumo das famílias. EFE