FMI celebra nascimento do banco dos Brics e afirma que buscará parceria
Washington, 16 jul (EFE).- A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, celebrou nesta quarta-feira o nascimento do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics e disse que espera uma colaboração estreita com a entidade.
Os presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (conhecidos como os Brics) formalizaram na terça-feira na cidade de Fortaleza a criação de um banco de fomento focado nas nações em desenvolvimento.
Além disso, decidiram criar um fundo de reservas com o qual fazer frente a uma possível crise de balanço de pagamentos.
“Eu gostaria de felicitar a bem-sucedida reunião dos líderes dos Brics em Fortaleza, sobretudo pelo Acordo de Reservas de Contingência”, disse Lagarde em mensagem dirigida à presidente Dilma Rousseff, anfitriã do evento.
A responsável pelo FMI afirmou que os funcionários do organismo internacional estariam “encantados” de trabalhar com a equipe dos Brics, “com o objetivo de reforçar a cooperação entre todas as partes” do sistema internacional que busca preservar a estabilidade financeira global.
“O FMI tem uma relação muito estreita com todas as nações dos Brics, que são membros-chave desta instituição. Esperamos fortalecer ainda mais nossa parceria”, destacou Lagarde.
O chamado Novo Banco de Desenvolvimento, cuja sede ficará na cidade chinesa de Xangai, contará com um capital inicial assinado e desembolsado de US$ 50 bilhões, dos quais cada sócio fornecerá uma quinta parte, embora já tenha sido autorizada uma ampliação até US$ 100 bilhões.
A Índia ocupará a primeira presidência rotativa da entidade por ser o país que propôs a criação deste organismo e depois será assumida por Brasil, Rússia, África do Sul e China, respectivamente.
O principal responsável do Conselho de Governadores será designado pela Rússia, enquanto a cabeça do Conselho de Diretores será proposta pelo Brasil. Ambos postos serão rotativos.
O Acordo de Reservas de Contingência (CRA, na sigla em inglês) estará dotado com US$ 100 bilhões e “ajudará a que os países evitem problemas de pressão (pela falta) de liquidez em curto prazo”.
Apesar de em sua declaração conjunta os Brics terem criticado o FMI e ao Banco Mundial, Dilma garantiu que tanto o Novo Banco de Desenvolvimento como o Fundo de Reservas não “nascem contra ninguém, mas a favor de nós mesmos”. EFE
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