FMI pede ao BCE que compre ativos em grande escala ao estilo do Fed

  • Por Agencia EFE
  • 19/06/2014 15h40
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Luxemburgo, 19 jun (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu nesta quinta-feira ao Banco Central Europeu (BCE) para iniciar um programa de compra de ativos em grande escala, centrado na aquisição de dívida soberana, para estimular a economia, seguindo os passos do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, enviou esta mensagem aos ministros de Economia e Finanças da zona do euro durante a reunião do Eurogrupo, na qual comemorou o recente rebaixamento das taxas de juros ao mínimo histórico de 0,15% e as medidas do BCE para reativar o crédito, mas pediu mais ações.

“Se a inflação se mantiver obstinadamente baixa, o BCE deveria considerar um programa de compra de ativos em grande escala, sobretudo dos ativos soberanos de acordo com à chave do capital (de um país) no BCE”, afirma o FMI em seu relatório sobre a zona do euro.

“Isto aumentará a confiança, melhorará os balanços das empresas e dos lares e estimulará os empréstimos bancários. Em geral, tem o potencial de ter um impacto significativo na demanda e na inflação”, acrescenta o documento.

O organismo com sede em Washington ressalta que a disposição do BCE de “fazer mais se for necessário é tranquilizador”.

Considera também que as últimas medidas apontam a determinação por parte de Frankfurt de enfrentar a baixa inflação da zona do euro “e a cumprir seu mandato” de manter os preços abaixo, mas próximos, de 2%.

Acrescenta que “coletivamente, a ampla categoria de medidas deveria levar a uma expansão substancial da liquidez”, e acrescenta que as decisões para penalizar os depósitos “deveriam fomentar o aumento do crédito nas economias em dificuldades”.

Na opinião do FMI, a inflação da zona do euro “é preocupantemente baixa, inclusive nos países centrais”, o que pode representar um empecilho para o crescimento ao impedir o ajuste dos preços relativos e os salários reais.

O Fundo reconhece os progressos na situação econômica da zona do euro, mas adverte que “a recuperação não é nem robusta nem suficientemente forte”.

Neste sentido, o FMI afirma que são necessárias medidas para “aumentar o crescimento e eliminar os impedimentos estruturais de cada país”, e concretamente aponta para a necessidade de reduzir a carga fiscal para que diminuam os custos de contratação.

Também sugere que os salários mínimos sejam “situados mais em linha com os custos trabalhistas médios, para evitar que os jovens sejam excluídos do mercado de trabalho”. EFE

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