FMI pede que Japão acelere reformas para evitar dependência de iene baixo
Washington, 23 jul (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) assinalou nesta quinta-feira que as políticas de estímulo no Japão, conhecidas como “Abenomics”, devem ser “recarregadas” para impulsionar o crescimento, mas advertiu para o risco da super dependência de um iene desvalorizado.
“As Abenomics precisam ser recarregadas de modo que as limitações nas medidas não se transformem em um freio ao crescimento e à inflação”, afirmou o Fundo em sua revisão anual da economia de seus países-membros, conhecida como “artigo IV”, ao alertar sobre os riscos de uma estagnação neste processo.
Estas políticas de estímulo, lançadas pelo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe quando chegou ao poder em 2012, se baseiam na expansão monetária, na flexibilidade fiscal e nas reformas estruturais para aumentar o potencial de crescimento.
O FMI prevê um leve crescimento da terceira economia mundial, de 0,8% este ano e 1,2% em 2016, depois da contração de 0,1% de 2014.
O organismo ressaltou que embora a inflação pareça começar a crescer a um ritmo anual em torno de 1,5% no médio prazo, ainda está abaixo da meta de 2% estabelecida pelo banco central do Japão.
“Além da rápida implementação das medidas já anunciadas, são urgentemente necessárias reformas estruturais de grande impacto que apoiem o crescimento, facilitem a consolidação fiscal e acelerem a política monetária”, acrescentou o relatório.
Entre elas, mencionou a redução da dualidade no mercado de trabalho e progredir na desregulação dos setores de serviços e agrícola.
Um maior estímulo monetário do Banco do Japão “que não estiver acompanhado de ambiciosas reformas estruturais e de uma estratégia fiscal crível poderiam levar a uma super dependência da desvalorização do iene para reativar a economia”.
Nos últimos dois anos o iene se depreciou cerca de 25% em relação ao dólar. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.