FMI: “Programa do BCE não é suficiente para reativar economia europeia”
Paris, 23 jan (EFE).- A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, felicitou nesta sexta-feira o programa de compra de dívida e pela forma como o Banco Central Europeu (BCE) administrou o anúncio, mas especificou que isso não basta para reativar a economia europeia, onde são necessárias “reformas estruturais profundas”.
“Não acho que seja suficiente para relançar a atividade europeia e dar apoio ao crescimento”, assinalou em entrevista à televisão pública francesa “France 2”.
Ela acrescentou que “é um complemento muito importante, mas além disso é preciso reformas estruturais profundas que ajudem a melhorar a competitividade estrutural de um certo número de economias.
Perguntada sobre que tipo de reformas são necessárias, deu como exemplo o projeto de lei do ministro de Economia francês, Emmanuel Macron, para liberalizar vários setores, mas também que “se viram verdadeiras reformas estruturais de fundo na Espanha e estamos começando a vê-las também na Itália”.
A diretora-gerente do FMI considerou como “formidável” a forma como o BCE administrou a comunicação sobre seu plano de compras de 60 bilhões de euros mensais em dívida pública e privada porque “o volume surpreendeu o mercado” e porque a operação “foi bem explicada”.
Agora, assinalou, a questão é se os bancos vão ter confiança suficiente para dar empréstimos, se os particulares vão ter confiança para gastar e se as empresas vão ter confiança para investir.
“Para que tudo isso funcione a palavra capital é a confiança e a certeza de todos esses atores em um contexto fiscal e econômico previsível e propício a suas decisões”, argumentou.
Perguntada sobre as projeções do fundo para seu país, a ex-ministra francesa de Finanças lembrou que seus serviços antecipam um crescimento de 0,9% este ano e de 1,4% em 2016.
“Não é suficiente para gerar os empregos que respondam à demanda de trabalho que há”, disse Lagarde antes de insistir em que “é preciso restabelecer a confiança” e realizar “absolutamente as reformas que são necessárias”. EFE
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