FMI propõe adiar possível entrada do iuane em sua cesta para setembro de 2016

  • Por Agencia EFE
  • 04/08/2015 20h56
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Washington, 4 ago (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou nesta terça-feira o adiamento, até setembro de 2016, da possível inclusão do iuane chinês na cesta de divisas que compõem os Direitos Especiais de Saque (SDR, em inglês), principal unidade corrente utilizada pela instituição, para permitir aos usuários tempo de adaptação.

“Estamos propondo estender a atual cesta de SDR por nove meses, até 30 de setembro de 2016”, afirmou Siddharth Tiwari, diretor do Departamento de Estratégia e Política do Fundo, em um relatório de revisão das moedas que compõem a cesta básica.

Tiwari explicou que esta recomendação ocorre “em resposta às opiniões dos países-membros do FMI sobre a conveniência de evitar mudanças na cesta no final do ano de calendário e (…) permitir aos usuários se ajustarem a uma potencial modificação nesta se for decidido incluir o iuane”.

“A prorrogação proposta em nenhum modo prejulga o tempo de conclusão, nem o resultado da revisão”, ressaltou o diretor ao se referir à recomendação de que o FMI terá que tomar uma decisão antes do final do ano.

O Fundo, que revisa a cada cinco anos a composição das divisas nas quais se baseiam os SDR em função das mudanças da economia global e que utiliza na cesta o dólar, o euro, o iene e a libra esterlina, deveria decidir sobre este ponto antes do final do ano.

Era esperado, de fato, que este ponto fosse um dos elementos-chave das discussões durante a assembleia anual dos 188 países-membros do FMI e do Banco Mundial que será realizada em Lima em outubro.

Para que uma moeda seja incluída na cesta de SDR, esta deve mostrar um significativo peso no comércio internacional de bens e serviços, além de ser qualificada pelo FMI como de “uso livre”, ou seja, que seja amplamente utilizada como moeda de pagamento em transações internacionais e trocada nos principais mercados de divisas.

“O iuane chinês (que o FMI denomina “renminbi”) é a única moeda que não está na cesta e cumpre o critério de exportações. Portanto, um aspecto chave da nova revisão é se ele cumpre o critério de uso livre”, declarou Tiwari sobre a moeda chinesa.

Pequim realizou nos últimos anos uma grande campanha diplomática para defender a inclusão de sua moeda na cesta do FMI, o que daria maior credibilidade a sua economia e elevaria a confiança internacional.

Apesar de alguns países defenderem a inclusão do iuane, devido ao crescente peso global da China, outros como os EUA se mostraram mais cautelosos, ao insistirem que as autoridades chinesas ainda devem avançar mais rumo à liberalização econômica e permitir uma maior flexibilidade em sua taxa de câmbio, que sofre intervenção do governo. EFE

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