FMI sugere que Espanha aprofunde reformas para diminuir desemprego
Washington, 13 ago (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou nesta quinta-feira a “forte” recuperação da economia espanhola, “muito acima da média europeia”, mas recomendou aprofundar a reforma trabalhista e a consolidação fiscal para elevar o “muito baixo” crescimento potencial atual e reduzir o desemprego estrutural.
Apesar da “grande mudança” na confiança e do aumento da demanda interna registrado na Espanha nos últimos meses, com uma expansão estimada de 3,1% este ano e 2,5% no próximo, o Fundo advertiu que, à medida que o ciclo econômico “amadureça” e “os ventos externos a favor se dissipem”, a tendência voltará a um crescimento potencial “muito baixo”, de cerca de 1,5%.
Além disso, o relatório completo da revisão anual da economia espanhola do FMI, divulgado hoje, indicou que “à revelia de maiores reformas” no mercado de trabalho, com um desemprego que deve fechar 2015 em 22%, esta taxa se manterá no nível estrutural estimado de cerca de 16%.
“Mais de meio milhão de empregos foram criados nos últimos 12 meses. A reforma financeira, a consolidação fiscal e as reformas estruturais (…) respaldaram o retorno da confiança que, por sua vez, impulsionou o consumo e o investimento”, declarou Helgue Berger, chefe da missão da Espanha da instituição financeira internacional, em uma conferência telefônica.
Neste sentido, Berger assinalou que a “moderação do aumento salarial” na Espanha foi um dos elementos que apoiou a criação de emprego, que chegou a ultrapassar 26% em 2013, e ajudou a “recuperar a competitividade perdida durante o boom de antes da crise”.
Para continuar o progresso, no entanto, é necessário aprofundar as reformas trabalhistas que reduzam a ainda “alta dualidade” no mercado, que força o elevado nível de empregos temporários; e não retroceder no ajuste fiscal, com uma transição gradual dos impostos diretos aos indiretos. EFE
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