“Foi um erro bobo”, afirma chefe do gabinete do Ipea sobre resultado de pesquisa
O Ipea corrigiu nesta sexta-feira (4) a pesquisa que indicava que 65% da população acredita que mulheres que se vestem com pouca roupa ou de maneira insinuante, seriam culpadas em caso de estupro. Segundo o Ipea, são 26% os que pensam dessa maneira e o erro ocorreu por uma “troca de estatísticas”.
Em entrevista exclusiva à Rádio da Jovem Pan, o chefe de gabinete do Ipea, Sergei Soares, afirmou que o equívoco na pesquisa “foi um erro bobo”.
“Nós descobrimos que foi um erro bobo porque o processo de uma pesquisa é um processo complexo, é uma coisa que não é trivial. A gente tem que consolidar as entrevistas, a gente depois usa um programa estatístico para extrair os dados e esses são os passos mais complicados, e não foi nesses passos mais complicados. Na verdade, o erro foi depois, no processamento das tabelas no Excel, a parte, digamos, mais simples do processo”, explicou o chefe de gabinete.
Sergei ainda lamentou um dos “poucos erros” do Ipea em 50 anos, mas não colocou este equívoco como o mais grave do Instituto, já que o erro não muda a conclusão da pesquisa.
“As pesquisas que são de percepção são pesquisas com muitas variáveis e a percepção das pessoas deve ser extraída da totalidade das variáveis. (…) Você faz um monte de perguntas e do conjunto dessas perguntas você extrai informações a respeito das percepções sociais. (…) Um erro de duas perguntas, num conjunto de 40, não muda os resultados”, disse.
O erro foi causado por uma troca de resultados e a pergunta que 65% das pessoas estão de acordo é: “Você concorda que mulheres que apanham do marido e mesmo assim continuam com eles é porque gosta de apanhar?”. De acordo com o chefe de gabinete, é uma prova de que o erro não muda a conclusão da pesquisa, já que é um resultado extremamente machista.
Segundo Sergei, o responsável pela pesquisa, Rafael Guerreiro Osorio, não foi exonerado, mas sim, pediu exoneração.
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