Fome no Sudão do Sul alcança pior nível na história, segundo PMA
Nairóbi, 3 jun (EFE).- O Programa Mundial de Alimentos (PMA) alertou nesta quarta-feira que o Sudão do Sul enfrenta atualmente aos “piores níveis” de insegurança alimentícia na história do país, que afeta já a 4,6 milhões de pessoas, e lembrou que o risco de uma catástrofe humanitária é “muito alto”.
A porta-voz regional do PMA, Challiss McDonough, explicou em entrevista coletiva em Nairóbi que a organização não pode cobrir as “crescentes necessidades” de 60% dos afetados devido à insegurança no terreno.
“O risco de uma catástrofe humanitária continua sendo muito alto”, declarou McDonough.
As condições mais extremas ocorrem nos estados de Jonglei, Alto Nilo e Unity, onde a dificuldade para deslocar grandes quantidades de pessoas em regiões muito remotas continua sendo muito alta, fora os constantes ataques e roubos de material da ajuda humanitária pelas milícias armadas.
“Tivemos que interromper a entrega de comida pela insegurança”, explicou McDonough, que acrescentou que o PMA teme que a falta de financiamento comprometa sua capacidade de ação no país.
O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jason Straziuso, informou aos jornalistas que organizações das Nações Unidas arrecadarão na próxima semana, em Genebra, mais fundos para o país, imerso há três anos em uma crise humanitária que chega a “números recorde” agora.
A última análise de Classificação da Segurança Alimentar Integrada (IPC), elaborada por várias organizações humanitárias e divulgada hoje, apontou que o “conflito incessante” entre milícias e as más condições meteorológicas intensificam os “alarmantes níveis” de fome, que se estenderam a todo o país.
O conflito no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, entre forças do presidente sul-sudanês, Salva Kiir, de etnia dinka, e do ex-vice-presidente Riek Mashar, da tribo nuer, e deixou milhares de mortos e dois milhões de refugiados. EFE
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