Forças curdas recuperam grande parte da represa de Mossul

  • Por Agencia EFE
  • 17/08/2014 22h03

Bagdá/Mossul, 17 ago (EFE).- As forças curdas, com apoio aéreo dos Estados Unidos, recuperaram neste domingo 60% da estratégica represa de Mossul (norte), até agora controlada pelos jihadistas, com os quais mantém duros confrontos, informou à Agência Efe o porta-voz “peshmerga” (soldado curdo), Hekmat Halkut.

A mesma fonte acrescentou que a parte oeste da represa continua nas mãos dos jihadistas, mas alertou que as forças curdas libertarão a totalidade da infraestrutura nas próximas horas.

Além disso, os “peshmergas” recuperaram neste domingo as cidades cristãs de Batnaya e Telesqof, na província iraquiana de Ninawa (norte).

As forças aéreas americanas bombardearam, além disso, diferentes grupos, sedes e posições do grupo radical Estado Islâmico (EI) na região de Telquif, disse à Efe o presidente da Comissão de Segurança do Conselho Provincial de Ninawa, Mohammed Ibrahim al Bayati.

Estes movimentos seguem a ofensiva que iniciaram no sábado as forças curdas, em colaboração com a aviação dos EUA, em direção à represa de Mossul.

“A importância estratégica destes novos avanços é que constituem um passo importante rumo à recuperação da represa de Mossul”, disse à Efe outro porta-voz das tropas curdas, Helgurd Hikmet.

Nesse sentido, Bayati acrescentou que os EUA atacaram também o projeto hídrico de Telquif, próximo à região de Al Saadah e Bauiza, onde provocou grandes baixas entre os jihadistas.

O Comando Central dos EUA informou em comunicado que forças militares americanas realizaram neste domingo 14 ataques contra o EI nesta região com o objetivo de recuperar a instalação hidráulica.

Esses 14 ataques provocaram danos a dez veículos armados do EI, sete offroads de grande tamanho, dois transportes blindados de pessoal e um posto de controle do EI, acrescentou a nota.

Por outra parte, uma fonte médica do Departamento Médico Legista de Ninawa falou em 26 corpos dos jihadistas que recebeu neste domingo e em 17 feridos, alguns deles em estado grave, que foram levados para o Hospital Republicano de Emergência da província.

A represa de Mossul é uma das principais reservas estratégicas de água do Iraque, com uma capacidade de vários milhões de metros cúbicos e fica 23 quilômetros a sudoeste da cidade de Dohuk, na região do Curdistão, constituindo uma ameaça para as cidades iraquianas em caso de acontecer um colapso da mesma, já que fica situada em solo arenoso, por isso que necessita de uma contínua injeção de cimento.

Além disso, outros 12 membros do EI foram abatidos pelas Forças de Segurança iraquianas, apoiadas por combatentes tribais, na província de Saladino, ao sul de Ninawa e ao norte de Bagdá.

O avanço “peshmerga” com apoio americano no norte do Iraque é um passo importante para a recuperação dos territórios perdidos ocupados pelo EI, que no dia 10 de junho assumiu o controle de Mossul, a segunda maior cidade do país e capital da província de Ninawa.

“Atualmente, para nós, o objetivo é tirar o EI dos territórios que ocuparam ultimamente, mas a liderança política é quem vai determinar os objetivos gerais da operação”, assinalou Hikmet.

Por liderança política Hikmet se refere ao acordo entre o governo de Bagdá, o Executivo da região autônoma do Curdistão e as forças americanas, enquanto limita a atuação dos “peshmergas” às localidades limítrofes com o Curdistão iraquiano.

Precisamente, essa liderança política parece ter saído de uma encruzilhada depois da renúncia a seu posto na quinta-feira passada do primeiro-ministro em fim de mandato Nouri al Maliki, que deixou assim o caminho livre para o novo chefe de governo designado, Haidar al Abadi.

Nesse sentido, os líderes políticos curdos retomaram nas últimas horas as negociações para sua participação no próximo governo iraquiano, segundo informou a televisão curda “Rudaw”. EFE

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