Forças federais assumem controle de cidade mexicana onde desapareceram jovens
Cidade do México, 6 out (EFE).- O governo do México anunciou nesta segunda-feira que forças de segurança federais assumiram o controle de Iguala, município do estado de Guerrero onde 43 estudantes estão desaparecidos.
O chefe da Comissão Nacional de Segurança (CNS), Monte Alejandro Rubido, disse que o objetivo da operação é contribuir para que “os fatos delitivos que transtornaram a vida desta região não fiquem impunes” e participar da busca dos 43 estudantes que desapareceram após confrontos a tiros com a polícia no dia 26 de setembro.
Na noite de 26 para 27 de setembro, 22 policiais municipais e supostos membros do grupo criminoso Guerreros Unidos dispararam contra estudantes da Escola Normal de Ayotzinapa (dedicada à formação de professores primários) e um ônibus de um time de futebol juvenil.
Os ataques, que deixaram seis mortos e 25 feridos, começaram depois de os alunos se apoderarem ilegalmente de vários ônibus privados para retornar para a escola, que funciona como internato, depois de fazer uma coleta em Iguala.
Dezenas de jovens desapareceram nesta noite, e segundo várias testemunhas, levados por várias patrulhas da polícia sem que até agora se conheça seu paradeiro.
Mas no fim se semana foram encontradas seis fossas com 28 corpos que poderiam ser de alguns dos desaparecidos.
Rubido explicou que a segurança pública de Iguala está, a partir de hoje, nas mãos da Gendarmaria, uma nova divisão da Polícia Federal, que em “condições especiais contará com o acompanhamento do exército”, mas não detalhou o número da equipe enviada.
Sobre as ações realizadas de cooperação em Guerrero até agora, disse que os policiais municipais ainda na ativa foram desarmados pela Secretaria da Defesa e começam a ser transferidos para sua avaliação e capacitação em um centro de adestramento militar no estado de Tlaxcala.
A Procuradoria Geral da República (PGR) realizará estudos de balística para descobrir se armas oficiais foram utilizadas em delitos.
A PGR assumiu este fim de semana a investigação do caso, diante dos indícios de que o crime organizado participou dos ataques. Mais de 30 pessoas foram detidas até agora, entra elas 22 policiais municipais que estariam envolvidos com o crime organizado.
O titular da CNS também anunciou que o gabinete de segurança reforçará, através de tarefas de investigação e inteligência, “as ações para localizar os responsáveis pelos crimes”.
Um dos objetivos prioritários da participação do governo nesta operação é “contribuir na busca e localização dos estudantes” da Normal de Ayotzinapa, para o qual “não se poupará esforço algum”, explicou.
Ele destacou que, de maneira paralela, a Secretaria de Defesa e a Polícia Federal vigiarão os acessos ao município de Iguala e realizarão buscas em suas imediações “sob uma óptica de prevenção e de proteção cidadã”.
Ele prometeu que as forças de segurança atuarão com “pleno apego aos direitos humanos e com base na lei, para contribuir ao esclarecimento dos crimes que aconteceram em Iguala”. EFE
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