Fortaleza cria grupo especial para combater turismo sexual durante a Copa

  • Por Agencia EFE
  • 06/06/2014 18h37

 Fortaleza terá um grupo de reação rápida para proteger crianças e adolescentes do turismo sexual diante do imenso volume de torcedores nacionais e estrangeiros esperados na cidade durante a Copa do Mundo.

“Precisamos de uma ação permanente, não só pontual”, afirmou à Agência Efe Talita Maciel, advogada do Centro de Defesa da Infância e da Adolescência do Ceará, estado que recebeu em 2013 uma média de 113 denúncias mensais de violência sexual.

A linha telefônica para denúncias de violência e turismo sexual operada pela Secretaria de Direitos Humanos da presidência recebeu 1.363 denúncias vindas do Ceará ano passado.

As associações que combatem esse crime se queixam de que a única Delegacia de Luta contra a Exploração Infantil e de Adolescentes termina o turno diário às 22h, hora na qual começam a funcionar as redes de exploração sexual.

No plano nacional, o governo lançou uma campanha em aeroportos e hotéis contra a exploração de crianças e adolescentes que será usada durante o Mundial.

“Ao pensar na exploração sexual, não devemos pensar só no corruptor. Comerciantes, taxistas e guias de turismo também estão envolvidos no sistema. É preciso atacar e impedir a ação desses outros agentes desde o nascimento do crime”, disse Maciel.

Com a chegada da Copa, a atenção foi redobrada e o Ministério Público criou um grupo de trabalho junto com outros organismos, como a Fundação da Infância e da Família Cidadã da Prefeitura de Fortaleza.

A presidente da Fundação, Tania Gurgel, montou um centro de ação rápida que conta com psiquiatras, assistentes sociais, pedagogos, comissários e um juiz.

“Conseguimos sensibilizar a Justiça e teremos um juiz durante os dias de jogos para dar maior celeridade ao trabalho”, disse a funcionária, que lembrou que para combater o abuso sexual é imprescindível o compromisso de toda a sociedade.

Cerca de 1.200 pessoas foram distribuídas em pontos estratégicos da cidade para informar e alertar à população sobre o abuso sexual e a exploração de menores para a prostituição.

Os principais pontos turísticos são eixos da campanha: a Praia de Iracema, a Praia do Futuro, a Barra do Ceará e a Arena Castelão, além de portos, aeroportos e terminais de ônibus.

O projeto conta com o apoio de 22 congregações religiosas que se somaram a esta “vigilância” do turismo sexual, considerado a ponta do iceberg.

“Estaremos os 21 dias (do Mundial em Fortaleza) na região conhecida como Beira-Mar distribuindo informações sobre esse crime nojento que é a exploração sexual, para que as pessoas possam fazer um gol contra a exploração sexual e a favor das crianças e dos adolescentes”, explicou Jailma Rodrigues, da Rede Evangélica Nacional em Ação Social (Renas).

Fortaleza sediará as partidas entre Costa Rica e Uruguai em 14 de junho, Brasil e México no dia 17, Alemanha e Gana no dia 21, Grécia e Costa do Marfim no dia 24, além de um jogo das oitavas e outro das quartas de final. EFE

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