França começa a demolir barracos do acampamento de Calais

  • Por Agência EFE
  • 25/10/2016 13h36
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EFE França começa a demolir barracos do acampamento de Calais - EFE

A operação para desmontar o acampamento de imigrantes de Calais começou nesta terça-feira com a demolição de parte dos barracos usados pelos refugiados.

Por enquanto, os trabalhos se limitaram à demolição das estruturas, à espera da chegada de escavadeiras nos próximos dias.

Nesta segunda-feira, cerca de 3.500 pessoas foram levadas a centros de orientação e amparo espalhados por todo território da França. O número equivale a mais da metade dos integrantes que o governo calcula morar nesse acampamento.

Os funcionários de uma empresa contratada pelas autoridades chegou no início da tarde a Calais para começar a desmontar os barracos. Um incêndio foi registrado em uma das áreas do acampamento, por isso os operários tiveram que atuar para evitar que o fogo se alastrasse até a chegada dos bombeiros.

Como já tinha ocorrido em março, quando a parte sul do acampamento de Calais foi evacuada, muitos dos imigrantes preferem queimar seus imóveis antes de vê-lo sendo derrubado.

Os trabalhos de desmantelamento ocorrem em meio a um grande esquema de segurança, já que um cordão policial foi montado para impedir o acesso à região onde viviam os imigrantes.

Por enquanto, as autoridades francesas não devem utilizar escavadeiras, adotando uma “desmontagem suave” para evitar os enfrentamentos com os imigrantes mais radicais. Em paralelo, mais refugiados foram retirados do acampamento, um processo que começou a ser realizado ontem.

O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, afirmou que mais de 1 mil imigrantes tinham sido retirados de Calais pela manhã. Cerca de 200 deles eram menores de idade. Ontem, deixaram o acampamento cerca de 2.500 refugiados.

Representantes de organizações humanitárias seguem na região tentando convencer os imigrantes a deixarem Calais de forma voluntária. O presidente da ONG Albergue de Imigrantes, Christian Salomé, disse à Efe que cerca de 2 mil pessoas não têm intenção de viajar para um dos centros provisórios abertos pela França.

Muitos deles afirmam o desejo de forma clara, expressando que desejam prosseguir em Calais para chegar ao Reino Unido através da conexão ferroviária que liga os dois países pelo Canal da Mancha, ou nos barcos que diariamente viajam em direção à ilha.

Os números do governo são questionados pelas ONGs, que estimam que 8 mil pessoas moravam em Calais. A operação para retirá-las do acampamento seguirá até o fim da semana.

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