França denuncia que os cristãos de Oriente Médio estão sendo “erradicados”
Paris, 24 abr (EFE).- O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, denunciou nesta sexta-feira que os cristãos do Oriente Médio “estão sendo erradicados” e pediu o fim da “campanha de extermínio” realizada na Síria e Iraque pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
“Devemos dar nome às coisas, estabelecer a verdade. Os cristãos do Oriente Médio, como outras minorias, estão sendo erradicados nessa região como consequência desse terrorismo espantoso”, disse o chefe do governo francês na comemoração em Paris do centenário do genocídio armênio pelas mãos do então Império Otomano.
Valls lembrou que no final de março, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião sobre a situação das minorias no Oriente Médio, por iniciativa da França, e, segundo o discurso recolhido pelos meios de comunicação franceses, ressaltou a necessidade de acabar com os ataques do EI na zona.
“Não esquecer dos genocídios é também fazer tudo para evitá-los enquanto há tempo”, acrescentou o chefe do governo francês, que recalcou que a “primeira exigência moral” está em chamar o genocídio armênio por seu nome.
As autoridades turcas não reconhecem o genocídio e insistem em que se tratou de trágicas consequências da guerra contra a Rússia, mas não de um extermínio planificado de armênios.
Valls pediu para ser “particularmente atentos” sobre a atual situação dos armênios na Síria, e lamentou que “mais uma vez, sejam perseguidos por serem armênios”.
“Fechar os olhos seria culpá-los”, concluiu o primeiro-ministro francês em cerimônia na qual participaram cerca de 10 mil pessoas, segundo os organizadores, e após a qual, como gesto “histórico inédito”, segundo a Prefeitura de Paris, a Torre Eiffel ficará apagada durante toda a noite em reconhecimento a essas vítimas. EFE
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