França é acusada de dobrar desalojamentos forçados de acampamentos ciganos
Paris, 14 jan (EFE).- Grupos de direitos humanos acusam a política de desalojamentos forçados de acampamentos ciganos de ter se intensificado na França com o governo de François Hollande, com 21.537 expulsões em 2013, 2,3 vezes mais que no ano anterior.
Em seu estudo anual, a Liga de Direitos Humanos (LDH) e o Centro Europeu de Direitos dos Ciganos (ERRC) registraram 165 desocupação de acampamentos a cargo da polícia em 2013, com 19.380 pessoas afetadas.
Além disso, houve outros 22 desalojamentos causados por incêndios que afetaram 2.157 pessoas.
Segundo a LDH e o ERRC, na França há 16.949 pessoas recenseadas em barracos oumoradias semelhantes, a maioria ciganos da Europa oriental, o que significa que cada um foi expulso mais de uma vez de seu “lar” em 2013.
A maior parte dos desmantelamentos desses acampamentos (118) aconteceu baseado em recursos legais apresentados pelos proprietários, dois terços dos terrenos eram de públicos, enquanto 34 foram por decisão das prefeituras baseadas em razões de salubridade.
De acordo com os autores do relatório, “estas retiradas forçadas são a expressão de uma política de rejeição que estigmatiza os ciganos como denúncias expiatórias e com elas as autoridades não querem mais do que uma coisa: a volta a seus países de origem”.
Também lembraram que o presidente francês, o socialista Hollande, antes de ser eleito tinha denunciado a política de desalojamentos forçados de seu antecessor, o conservador Nicolas Sarkozy, e acrescentaram que “é extremamente lamentável ver que a situação piorou”.
“Os ciganos continuam vivendo na França em acampamentos que reconstruíram um pouco mais longe, mas estão em situação cada vez mais precária”, se queixou o presidente da LDH, Pierre Tartakowsky, que alertou que o aumento das expulsões “abre o caminho à expressão de extremismos e do racismo anti-cigano”. EFE
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