França e Alemanha: não há solidariedade se a Itália não fizer sua parte

  • Por Agencia EFE
  • 16/06/2015 11h05
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Luxemburgo, 16 jun (EFE).- França e Alemanha advertiram nesta terça-feira que não haverá solidariedade europeia para distribuir os litigantes de asilo chegados através do Mediterrâneo se a Itália não assegurar uma política de retorno de imigrantes irregulares e o registro em seu território dos solicitantes de proteção internacional.

“É necessário que haja um dispositivo de retorno de imigrantes irregulares na fronteira por motivos econômicos, se não a solidariedade em termos de refugiados não será sustentável”, disse o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, em um comparecimento conjunto com seu colega alemão do Interior, Thomas de Maizière.

Ambos ministros se reuniram hoje com o titular italiano do Interior, Angelino Alfano, e o comissário europeu de Imigração, Dimitris Avramopoulos, a pedido da França precisamente para “encontrar soluções e avançar juntos para uma solução” ao drama no Mediterrâneo, segundo explicou à imprensa Cazeneuve.

A Itália se mostrou muito incomodada pela centena de imigrantes, sobretudo eritreus e senegaleses, que desde sábado estão bloqueados na cidade de Ventimiglia à espera de que França abra a fronteira.

Alfano disse que o que está ocorrendo em Ventimiglia é “um murro” na cara da Europa e uma prova de que as pessoas que chegam à Itália pelo Mediterrâneo não querem ficar na Itália, mas ir para outras partes da Europa, em declarações a sua chegada ao Conselho de ministros de Interior que é realizado hoje em Luxemburgo.

“Enquanto lutamos para salvar a Europa da quebra política, o tema da imigração é um tema no qual a Europa ganha ou perde”, acrescentou.

“Não há fechamento de fronteiras”, assegurou por sua parte Cazeneuve no comparecimento com Maizière, na qual lembrou que na UE existem regras que é preciso respeitar como a do espaço sem fronteiras interiores de Schengen e o regulamento de Dublin, que diz que o país onde chega o litigante de asilo é responsável pela tramitação de sua solicitação.

Alfano disse que “a Itália tem que fazer controles para que estas regras sejam respeitadas” e para distinguir claramente entre imigrantes irregulares por motivos econômicos e litigantes de asilo.

“Se não houver solidariedade (para receber refugiados) e responsabilidades (para tramitar sua solicitação e distinguí-los dos imigrantes irregulares) pomos em perigo Schengen”, acrescentou.

Cazeneuve disse que tanto a França como a Alemanha são favoráveis à proposta da CE para repartir litigantes de asilo, assim como ao estabelecimento de centros para a tramitação de solicitações administrados e financiados pela CE, mas recalcou que tem que ser acompanhada de uma “responsabilidade compartilhada”. EFE

mrn/ff

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