França e Alemanha pedem solidariedade “sem ambiguidades” com refugiados
Bruxelas, 14 set (EFE).- Os ministros de Interior de França e Alemanha pediram aos colegas europeus que detalhem o texto da declaração que deve ser aprovada na reunião extraordinária desta segunda-feira, para que fique clara a solidariedade europeia na crise de refugiados e não haja ambiguidades.
O representante francês da pasta, Bernard Cazeneuve, explicou que ambos os países atuam juntos e concordam que “não se pode solucionar a crise humanitária se não houver responsabilidade”.
Cazeneuve considerou a proposta da Comissão Europeia para a distribuição de 120 mil refugiados como uma “boa base” e disse que os dois países desejam que a declaração que será negociada hoje entre os 28 Estados-membros seja concluída “para que não haja ambiguidades”.
“Os detalhes que queremos que sejam feitos são sobre questões totalmente estratégicas”, especificou o ministro.
Em primeiro lugar, Cazeneuve comentou que não pode haver um sistema de realocação se não houver um controle forte e eficaz de fronteiras, principalmente se não for possível registrar as impressões de digitais dos recém-chegados a território comunitário.
Essas medidas vão voltadas, segundo o ministro, a “distinguir entre litigantes de asilo e imigrante irregulares, que devem ser devolvidos” a seus países de origem, por isso pediu que a Comissão conclua seus acordos com os país o mais rápido possível.
O representante francês também considerou “indispensável” trabalhar com países nos quais existam centros de refugiados, como a Turquia, para que haja um “acompanhamento humanitário”, e ressaltou que o processo de realocação deve ser feito “dos centros de registro de litigantes, de forma ordenada e com a participação de todos os países”.
“Insistimos que o texto seja detalhado para que haja um acordo que mantenha o equilíbrio entre eficácia e sentido humanitário. Devemos fazê-lo urgentemente porque o drama humanitário nos obriga a agir rápido por responsabilidade moral e política”, disse.
O ministro de Interior alemão, Thomas de Maizière, concordou com o colega francês de que o documento é uma boa base para o debate, mas “ainda não preciso o suficiente” para evitar que haja dúvidas da solidariedade europeia e sobre o que cada país deve fazer.
De Maizière explicou que são necessários calendários de atuação, também sobre o estabelecimento de centros de identificação e registro de impressões digitais de refugiados, assim como uma descrição precisa sobre o mecanismo de realocação e uma lista de países de origem seguros.
“Tudo isso é possível hoje. Trabalhamos no sucesso (da reunião), mas não sei se conseguiremos fazer tudo hoje”, reconheceu.
Sobre a possibilidade de se chegar a um acordo sobre a repartição de refugiados por países, o representante alemão reconheceu que há a pressão da situação, mas ressaltou que “a Alemanha não está disposta a aceitar sozinha a carga”.
De Maizière também mencionou a necessidade de colaborar com a Turquia e oferecer apoio e financiamento para os campos de refugiados de países terceiros, para evitar que os refugiados migrem para a Europa. EFE
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